sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017


O Brasil de Mario Sabino Vai de Mal a Pior

 

No livro dele, Cartas de um Antagonista (Jornalismo na selva selvagem brasileira), Rio de Janeiro, Record, 2016, ele frequentemente fala mal do Brasil. Imagino que mais passagens possam ser encontradas em outros livros e em artigos de jornal. Não que eu não fizesse desde quando comecei a pensar com afinco aos 15 anos e não faça isso, faço. Como disse a Clarice Lispector com aquela espantosa sabedoria dela, “quem não fala mal não fala bem”. Aliás, repare, começou a falar mal é para encontrar apoio para falar bem e vice-versa: elogiou de cara, pode esperar pelas críticas duras depois.

A LISTA DE MS (com as páginas; não seja miserável, compre e leia)

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CITAÇÃO.
COMENTÁRIO.
41
“Todos estão no Brasil a trabalho. Todos acham o Brasil o fim da picada. Todos querem cair fora o quanto antes”.
Ninguém iria aos países nórdicos de 1700, muito menos à Suécia, eram atrasadíssimos e veja agora! Terríveis erros de julgamento.
43
“Na minha opinião, estamos condenados a ser um país de segunda categoria, com altos pouco altos e baixos muito baixos”.
Nada feito! O Brasil será a maior potência do mundo em 30 anos, 2050, passando EUA e China, não apenas porque cresceremos aceleradamente como porque eles entrarão em colapso.
44
“Estamos condenados a ser ávidos, libertinos, melancólicos”.
De modo nenhum, por duas boas razões, os dois pilares, civilização portuguesa e a Igreja.
47
“(...) um povo ignorante e abúlico” [indiferente, sem vontade].
É o contrário disso, nos países centrais as elites trabalham por si, mas também pela nação, ao passo que o povo brasileiro carrega elites estúpidas e para ir adiante precisa de vontade de ferro, com tantos sendo do contra.
50
“Somos um país de salafrários, essa é a verdade (...)”.
De maneira nenhuma, o país é grandioso, mercê de seu povo grandioso. Ademais, tudo é 50/50, 50 % são pessoas muito boas, excelentes.
111
“O Brasil não é confiável porque é interminável”.
O povo é altamente confiável naquilo que não imita das elites; já estas são das piores do mundo, não sabem nem começar, nem avançar, nem terminar obras de grande qualidade.                                           
127
“(...) ecoando Paulo Prado, nascemos da cobiça, da luxúria, da tristeza”.
Enganadíssimos os dois, tanto a voz quanto o eco: não somos ávidos, pelo contrário; não somos lascivos (as elites é que são, ainda por cima por imitação, nem são autênticas); se há algo de que fazemos questão é de alegria.

Vitória, sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017.

GAVA.

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