Sobrevivência
de Médias
Sempre
falam no darwinismo de “sobrevivência do mais apto”, então pensei na
“subvivência” do menos apto.
Pensemos
na média.
Médias
tem como característica comportarem uma esquerda e uma direita ou um acima e um
abaixo ou um à frente e um atrás. Os mais altos, em relação aos mais baixos,
são mais aptos porque podem correr mais e agarrar mais presas, de modo que ser
mais alto seria um valor de sobrevivência. Não deveria acontecer de as pessoas
irem ficando cada vez mais altas, indefinidamente? Contudo, há pessoas de todas
as alturas, desde 2,5 metros até 0,5 metro, como os anões. E as pessoas mais
fortes? E as de músculos mais rijos? E as de maior resistência? Então, em tese,
teriam sobrevivido apenas “os mais”, nunca “os menos”. Entrementes, se os mais
altos têm um certo valor, a altura, podem não ter outro, a inteligência, que
faz sobreviver os menos-altos. E assim valeria para todas as especificações, de
modo que o menos-forte sobreviveria porque é astuto, evasivo, dribla melhor,
sei lá. Para cada mais-valor há uma compensação, de modo que no final das
contas sempre se pode arranjar um modo de ficar no futuro. E há, como eu já
disse, cinco mundos, com cinco AMBIENTES (cidades/municípios, estados, nações,
mundos) para cinco PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos, empresas), de modo
que se os conjuntos da Costa do Marfim fossem postos na Europa, talvez
sucumbissem, ou se adaptassem.
Enfim,
como todos estão vivos e para estar vivo nesse presente que foi futuro de algum
passado é preciso ter sido MAIS APTO, todos os que aqui estão SÃO MAIS APTOS.
Ficamos com o absurdo, a estranha situação de TODAS AS PESSOAS SEREM MAIS APTAS
e o conceito não servir para nada, devendo ser reestudado e redefinido. São
mais aptos os mais-altos e são mais aptos os menos-altos. São mais aptos os
mais-fortes e são mais aptos os menos-fortes.
Há
aptidão-corporal e aptidão-mental. Se Jesus não deixou descendentes físicos,
deixou-os morais e mentais, sendo bilhões. Tanto num caso quanto no outro a
aptidão só pode ser provada NO FUTURO, pois só saberemos se os vivos agora
serão aptos QUANDO TIVEREM DEIXADO DESCENDÊNCIA e isto sempre será amanhã. Por
exemplo, os ingleses vitorianos não se mostraram todos aptos, muitos
sucumbiram. Isso eles não sabiam quando afirmaram. Porisso o darwinismo social
é uma fraude desde o nascimento: ninguém pode saber se sobreviverá e por quanto
tempo – a aptidão é um julgamento da posteridade. X, que está vivo, é mais apto
COMO HERANÇA de seu pai e mãe, mas não sabe se sobreviverá em seus filhos, se
os têm.
Em
resumo, em relação aos mais altos e aos mais baixos, todos sobrevivem e porisso
altura não é condição; do mesmo modo força, sabedoria, esperteza e outras
categorias, pois todas permitem variação à esquerda e à direita da média. Vai
daí que o que sobrevive mesmo é a média e temos esse conceito que deve ser
trabalhado: APTIDÃO DE MÉDIA.
PARA
CLASSIFICAR OU CATALOGAR A PARTIR DE CATEGORIAS O CONCEITO DE APTIDÃO É INÚTIL
e todo o darwinismo ou sobreafirmação de Darwin, em particular a social, deve
desaparecer, EXCETO como conceito matemático que trabalha médias. Enfim, o
darwinismo não tem nem pode ter aplicação simples e direta nos conjuntos; tudo
que ele puder fazer virá das médias e dos novos entendimentos que esses novos
estudos possibilitem. Como a aptidão de média não foi estudada, até porque está
sendo anunciada agora, tudo que se falou do darwinismo deve ser jogado no lixo.
Vitória,
segunda-feira, 26 de abril de 2004.
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