quarta-feira, 14 de junho de 2017


Super-Colorado

 

                            Supostamente o Rio Colorado, que segundo a Enciclopédia e Dicionário Ilustrado Koogan/Houaiss, Rio de Janeiro, Delta, 1993 nasce nas Montanhas Rochosas dos EUA, atravessa o planalto do estado do Colorado e tem 2.250 km de comprimento foi capaz de escavar os imensos canhões (ou canyons) de lá. Se projetado de baixo para cima, assim como as linhas ou curvas de nível veremos que ele é só um filete e jamais poderia ter escavado tanta terra assim. De modo algum. Ele é o que restou de imensos fluxos de água quando tudo aquilo estava no fundo do mar, digamos há 70 milhões de anos atrás (os movimentos da Terra e dos oceanos são tão insuspeitados que foi só a partir de 1993, onze anos atrás, que os satélites ao filmarem as areias do Saara puderam mostrar antigos e desaparecidos leitos de rios abaixo, que lá estiveram, formando outrora extensíssimas planícies gramadas e arborizadas, há 35 milhões de anos atrás). Correntes marítimas, estas sim imensas e irrepresáveis, corriam lá no Colorado e em outros lugares, inclusive no Brasil, tanto no Rio Grande do Sul quanto na Bahia.

                            Perto de tais correntes o Rio Colorado de hoje não passa de um fiozinho de água, uma linha inconsútil, quase um nada.

                            Com que lógica afirmaram ter sido o Rio Colorado o causador de tanta devastação? A falta de lógica é assustadora. Bastava terem feito aquela projeção para constatarem nitidamente o apontamento da verdade. Bastaria ter projetado para cima no plano mais alto todas as linhas, marcando o RC em azul contrastante, para ver que ele não poderia ter realizado tanto, nem em milhões de anos, porque teria de ficar serpenteando à esquerda e à direita de modos impossíveis. Eles acomodaram demais para aceitar uma afirmação daquelas. Porque as pessoas se contentam com essas afirmações pseudocientíficas? Por quê não fazem os testes que elas exigem dos outros? Por quê são complacentes consigo mesmas? Bastaria terem avaliado a quantidade de terra que o Colorado teria de tirar ano após ano para ver que era impossível tal postulação. O cálculo dos volumes, embora trabalhoso, não custa tanto, agora que temos as máquinas para fazê-los com o auxílio de programas. Um dos geólogos menores poderia ter feito tais cálculos. É assustador que uma socioeconomia tão poderosa como a dos americanos possa impor ao mundo tal falsificação. E se essa, quais outras?

                            Vitória, quinta-feira, 29 de abril de 2004.

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