sexta-feira, 30 de junho de 2017


Duas Abordagens do Trampolim

 

                            Há aqueles que dão sorte de trilhar um caminho já conhecido, em que os perigos já foram afastados, a picada furada na mata virgem, trilhada depois pelos muitos pés que trouxeram segurança aos que vieram para depois passarem para lá e para cá, no sentido de firmar o terreno e mandar embora todo perigo.

                            Isso é como pular de um trampolim: é alto, há piruetas a fazer, muito aprendizado, é claro, mas se resume nisso.

                            Por comparação com aqueles que buscam o terreno, estudam-no, preparam os instrumentos da tarefa, cavam o buraco, constroem as alvenarias, colocam os azulejos, elevam o trampolim, enchem a piscina de água, sobem, pulam, dão as piruetas de praxe, correm em baixo para tirar as fotografias, vão os jornais publicá-las e voltam para bater palmas, se não houver quem o faça (pelo menos à guisa de risinho de mofa).

                            Ah! - aí é tudo mais difícil.

                            Pois falar de Getúlio é difícil, é preciso pesquisar, ler muito, trabalhar as hipóteses, porque não se pode repetir (seria inútil), nem copiar, algo de deselegante.

                            Quando se está construindo um modo novo de ver não há ninguém que ajude, pela própria definição de tudo, pois é novo; e se é novo e contestatório, aí muito mais estranheza haverá, e negação, às vezes da forma mais vil e abjeta, com ataques à pessoa, argumento ad hominem, dirigido ao indivíduo e não às idéias que eles esposa – uma conhecida falácia, mas nem porisso menos dolorosa.

                            Então, as tarefas têm diferentes graus de dificuldades, de micro, pequenas, médias e grandes a gigantescas; e desse mesmo modo podemos separar os que se encarregaram delas, os que resolveram os problemas, como Newton, que inventou o cálculo que depois usou para resolver problemas. Uns são bons, mas outros são melhores ainda.

                            Vitória, quinta-feira, 01 de julho de 2004.

Nenhum comentário:

Postar um comentário