Duas Abordagens do
Trampolim
Há aqueles que dão
sorte de trilhar um caminho já conhecido, em que os perigos já foram afastados,
a picada furada na mata virgem, trilhada depois pelos muitos pés que trouxeram
segurança aos que vieram para depois passarem para lá e para cá, no sentido de
firmar o terreno e mandar embora todo perigo.
Isso é como pular de
um trampolim: é alto, há piruetas a fazer, muito aprendizado, é claro, mas se
resume nisso.
Por comparação com
aqueles que buscam o terreno, estudam-no, preparam os instrumentos da tarefa,
cavam o buraco, constroem as alvenarias, colocam os azulejos, elevam o
trampolim, enchem a piscina de água, sobem, pulam, dão as piruetas de praxe,
correm em baixo para tirar as fotografias, vão os jornais publicá-las e voltam
para bater palmas, se não houver quem o faça (pelo menos à guisa de risinho de
mofa).
Ah! - aí é tudo mais
difícil.
Pois falar de
Getúlio é difícil, é preciso pesquisar, ler muito, trabalhar as hipóteses,
porque não se pode repetir (seria inútil), nem copiar, algo de deselegante.
Quando se está
construindo um modo novo de ver não há ninguém que ajude, pela própria
definição de tudo, pois é novo; e se é novo e contestatório, aí muito mais
estranheza haverá, e negação, às vezes da forma mais vil e abjeta, com ataques
à pessoa, argumento ad hominem, dirigido ao indivíduo e não às idéias que eles
esposa – uma conhecida falácia, mas nem porisso menos dolorosa.
Então, as tarefas
têm diferentes graus de dificuldades, de micro, pequenas, médias e grandes a
gigantescas; e desse mesmo modo podemos separar os que se encarregaram delas,
os que resolveram os problemas, como Newton, que inventou o cálculo que depois
usou para resolver problemas. Uns são bons, mas outros são melhores ainda.
Vitória, quinta-feira,
01 de julho de 2004.
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