quarta-feira, 28 de junho de 2017


Desenhando Corpomentes

 

                            Como já vimos, os cibermestres do futuro, os engenheiros mecatrônicos, os roboticistas deverão desenhar separadamente corpos e mentes. Só que são corpomentes informacionais/p.4 e não mais psicológicos/p.3 – são, conseqüentemente, mais avançados e não menos que os seres humanos. Já sabemos fazer seres tão avançados quanto os humanos – é através do sexo. Só não temos domínio prático e teórico do processo.

                            DUAS COMPLEXIDADES A ATINGIR (e ultrapassar)

·        Atingir e ultrapassar a humanidade;

·        Alcançar e exceder o primeiro pós-humano:

1.       Degrau zero (20 = 1, equivalente aos humanos)

2.      Degrau um [21 = 2; duas vezes o corpo e duas vezes a mente daria (2 x 4 =) 4 vezes os humanos de agoraqui];

3.      Degrau dois (22 = 4);

4.     Degrau n (2n =?)

DOIS ULTRAPASSAMENTOS

·        Ultrapassamento do corpo;

·        Ultrapassamento da mente.

ULTRAPASSAMENTO DO CORPO (em relação às forças fundamentais, que no modelo são cinco, e aos excessos em relação às médias ou condições normais)

·        Excessos elétricos (habitando e funcionando em sobretensões elétricas);

·        Excessos magnéticos (bloqueados contra descargas magnéticas, inclusive tempestades);

·        Excessos fracos;

·        Excessos fortes;

·        Excessos gravinerciais (de gravidade/inércia, muitos G, enquanto acelerações extremas).

Corpos sujeitos a muitas atmosferas de pressão, ao vácuo, à presença de bactérias e vírus, todo tipo de corpo, com todo gênero de conformação. E aí vêm as mentes que vão lidar com esses corpos. Como sabemos, há sentidinterpretadores, sentidos externos e interpretadores internos, afinados uns com os outros. Para quê servirá o sentido da visão no espaço? Em volta da Terra pode-se andar 100 mil km fácil sem uma única luz interposta. Para quê gastar energia mantendo um S/I corpomental - o instrumento externo de visão e o programa interno de interpretação ativos o tempo todo - se ele não vai ser usado? Faria mais sentido (olha o troca-disso) ter um mensurador de proximidade de massa, porque há muitos micrometeoritos correndo soltos e uma “mão magnética” que à distância os pudesse afastar. A detecção de tempestades solares faz diferença, porque elas podem torrar os instrumentos. Em minas muito profundas não significará nada ter audição, mas detectores de gradientes de gravidade sim, porque apontariam maiores densidades, o que pode estar sendo procurado. Detectores externos de movimento pedem interpretadores internos de movimento, aos quais estará acoplada preocupação equivalente. Luz, lá sempre luz distante no espaço, significará tranqüilidade, mas movimentos súbitos constituirão fonte intensa de preocupação.

Com certeza, quando os cibermestres estiverem no espaço diante dos problemas acharão as soluções; porém, enquanto não chegamos lá, enquanto estamos saindo do planeta já devemos levar alguma coisa. Para desenhar esses NOVOS SERES, com novos sentidos e novos interpretadores, novos corpos e novas mentes, precisamos fazer o exercício de abandonar as velhas roupas mentais, nossos antigos hábitos terrestres (é porisso que nos filmes de FC quase nunca há verdadeiros robôs: os magos e artistas que os desenham não se separaram de suas inércias mentais).

Vitória, terça-feira, 15 de junho de 2004.

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