quarta-feira, 28 de junho de 2017


As Duas Burguesias que Lula Atendeu e o Gênio Por Trás Deles Todos

 

                            No episódio do salário mínimo desde maio/2004 que Lula aparentemente quis a 260 reais, quase todos se puseram contra ele; sabemos que a Presidência, como quase tudo no mundo, vive de aparências. Os “opositores”, inclusive deputados do governo do PT, votaram “contra”, pelo SM de 275.

                            Vejamos que há duas burguesias: a) a conservadora do presente, conservacionista que caminha para o passado quando em superdoutrina, superafirmação da doutrina burguesa do passado – aquela que é passadista, que superafirma o passado; b) a desenvolvedora do presente, desenvolvimentista que caminha para o futuro quando em superdoutrina, superafirmação da doutrina burguesa do futuro – aquela que é futurista, que superafirma o futuro.

                            Se não houver sábia administração ou centralização ou “governação” elas tendem a rachar, a rebentar, a separar, com graves conseqüências para o seu poder sobre o povo. Ora, nesses instantes deve aparecer um pelego-duplo, que sirva de baixo para cima, da conservadora/conservacionista para a desenvolvedora/desenvolvimentista, e vice-versa, de cima para baixo. Esse duplo-pelego é Lula e é o PT. Com o episódio ele pareceu atender somente à burguesia C/C, mas também atendeu à burguesia D/D, mantendo a união (C/C + D/D), quer dizer, a intocabilidade da burguesia. Atendeu a ambas. Tal sabedoria não esperamos dele, porisso deve haver um homem-real, um gênio criando nos bastidores. Este deve ser alguém que não aparece muito, porque sendo conceitual não é da forma, e precisando pensar não tem tempo para mostrar-se demasiadamente. Deve ser alguém relativamente quieto, calado, simples a que TODOS ouvem e consultam.

                            Veja, quando se devam atacar os que se colocam como inimigos, que são esses adversários que se colocam em guerra real, ou os adversários, com os quais ainda é possível diálogo, deve-se identificar esse gênio e afastá-lo, pois, ele é que dá sustentação ao oposto. É ele que mantém subsistindo o forte do inimigo ou adversário.

                            Vitória, segunda-feira, 21 de junho de 2004.

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