quarta-feira, 28 de junho de 2017


O Feijão de Hardy

 

                            HARDY PEGA CARONA EM WIENER (na Internet)

Publicada em 18/04/2001: O que se pode fazer com a Matemática? Vejamos o que Norbert Wiener fez com...  Freqüentemente nos defrontamos com essa pergunta. Às vezes respondemos com paciência, outras com irritação, e às vezes, em tom de brincadeira, dizemos que “a Matemática serve para diferenciar o homem do chimpanzé”.

                            O ORGULHO postumamente ferido DE HARDY

O matemático inglês Hardy, grande especialista em Teoria dos Números, orgulhava-se, em 1940, de que "nenhuma descoberta sua havia feito, nem provavelmente viria a fazer, direta ou indiretamente, alguma diferença para o conforto da humanidade".

                            TODAVIA HARDY ATRAI (na Internet, em espanhol)

La obra de G.H. Hardy A Mathematician's Apology fue publicada por vez primera en 1940, cuando se empezaba a presentir la Segunda Guerra Mundial. Han pasado 60 años y las ideas que Hardy expone en su obra siguen ejerciendo una atracción especial, tanto para matemáticos como para quienes no lo son.

                            Já escrevi sobre ele no Livro 46, O Sonho e o Pesadelo de Hardy. Em extremo, Hardy é um gênero de solipsismo (no Aurélio Século XXI digital, S. m. 1. Filos.  Doutrina segundo a qual a única realidade no mundo é o eu: no caso, o eu-Hardy), ou seja, para quê servem os outros? Mais extremadamente ainda, já que ELI (Natureza/Deus, Ela/Ele), posto no não-finito, tudo sabe e tudo pode ver, para quê a liberdade é atribuída?

                            Evidentemente, Hardy é um desses que aspiram “ver a mente de Deus”, quer dizer, compreender o universo sem passar pela carga de vivências, pelo contrário, vivendo unicamente no “puro”, no completamente abstrato. Que feijões-alimento e obras gerais humanas tão simplórias teriam alimentado o fazer de Hardy e de outros como ele que, achando-se tão altos, deprimem todos os outros fazeres com julgamentos desse estilo? Será que essa gente não aprende nada?

                            A questão é que o pensar dele se espalha na Matemática e atinge os remotos feudos do processamento, contaminando a uns e outros de distâncias em relação aos humanos “inferiores”, isto é, os que não fazem Matemática, nem tem o dom de entendê-la, mesmo que sem fazê-la.

                            Ai, ai, é tão depressiva essa gente.

                            Vitória, terça-feira, 22 de junho de 2004.

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