quinta-feira, 29 de junho de 2017


Os Tempos Democráticos e os Cenários de Classe

 

                            Como há todas aquelas bandeiras [(DA PROTEÇÃO: lar, armazenamento, saúde, segurança, transportes), (NÍVEIS: povo, lideranças, profissionais, pesquisadores, estadistas, santos/sábios, iluminados); (SEXO: machos, fêmeas, pseudomachos, pseudofêmeas); (EDUCAÇÃO: primeiro, segundo, terceiro grau, mestrado, doutorado, pós-doutorado); (RIQUEZA: miseráveis, pobres, médios, médios-altos e ricos); (ECONOMIA: agropecuária/extrativista, industrial, comercial, de serviços e bancária); as 6,5 mil ocupações; (RAÇAS como carga conceitual: negros, brancos, vermelhos e amarelos); as representações pessoambientes: indivíduos ou solitários, famílias, grupos, empresas, cidades/municípios, estados, nações e mundo; e outras] a classificação prévia (existem questionários que são preenchidos pelos pretendentes no vestibular) pode ser instrumento de melhoria qualitativa acentuada, desde que se pudesse num sistema triordenado colocar cada pessoa, obtendo disso a média psicológica com que se teria de tratar. Para onde aponta a média de todas as psiques, a resultante matemática de todas as construções?

                            Pois penso que, vindos de todo tipo de condições dos pais ou existindo sozinhos, trabalhando e freqüentando as aulas, não é antidemocrático procurar saber onde se situa cada um, desde que não haja nomes nem preferência por tal ou qual, segundo as proibições constitucionais. Os pais e as mães são todos formados? Os professores não recebem nenhuma ajuda, até porque não se tinha um modelo classificatório. Agora, temos.

                            Se virmos um sistema triordenado, como se colocaria nele cada vetor-pessoa? Para onde aponta estatisticamente a maioria? O que os professores devem esperar, como média, em termos de tal ou qual chave? Se os psicólogos estivessem trabalhando os dados, como pedidos pelo modelo, poderiam dizer aos professores se podem ou não forçar em tal ou qual direção ou sentido ou se devem refrear seus impulsos. São religiosos? Há um milhão de perguntas a fazer.

                            Isso seria pior, em termos democráticos, que o desconhecimento? Obter esses cenários condensados de classe constituiriam uma violação de direitos? De modo nenhum, pois é tudo incógnito, não se pede nome, só situações.

                            Vitória, segunda-feira, 21 de junho de 2004.

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