terça-feira, 27 de junho de 2017


Único Povo

 

                            Depois de falar com a professora-doutora A (coloco apenas a maiúscula do nome das pessoas por respeito; primeiro ela não me autorizou expressamente colocar o nome inteiro, segundo sua linha de desenvolvimento de vida é autônoma e ela não esposa necessariamente minhas concepções), ela me disse que o povo tem acesso CONCEITUAL à língua, com o quê concordo plenamente. Quando digo que o povo é do lado da forma é que ele - por ter uma vida tão corrida, não podendo acessar as profundezas conceituais - é diminuído e reduzido constantemente de sua humanidade, não sendo outra a razão de alguém ter dito que apenas 800 palavras lhe bastam.

                            A idéia de afirmar irredutivelmente 800, ao menos, é de assegurar DOMÍNIO, certeza de conhecer taxativamente as 800; e nenhuma menos, somente mais, partindo-se desse mínimo assegurado para algo mais: de D/800 (Dicionário 800) para L8000 (Língua 8000) e mais, sempre mais, nunca menos. O mesmo fez Cristo com a Fé, antes propriedade das elites. Não que o povo não tivesse fé, mas que o domínio compreensivo desta lhe era retirado. Por conseguinte, Cristo autorizou o domínio popular da Fé geral, que deixou de ser doação das elites.

                            O mesmo esperamos poder conseguir com D/800, ainda mais com a contribuição do professor-doutor RC, rompendo-se o estancamento lingüístico-nacional ou pluri-nacional para, através das imagens substantivas e das poucas palavras que dimensionarão os adjetivos, verbos e outros não-substantivos, chegar a um fundo imagético MUNDIAL, compreendendo a partir daí todos os povos nacionais serem o mesmo e único, um povo só da Terra inteira, porque iremos de cada expressão lingüística às imagens e através destas a todas as outras palavras nas demais línguas.

                            Esse único povo mundial, então, impulsionará as elites ainda mais para cima, dadas as novas exigências, e as elites responderão ou sucumbirão. As elites serão constantemente empurradas pelos povos respectivos e pelo povo mundial, sem trégua, sofrendo irremediavelmente novas tensões.

                            Vitória, segunda-feira, 14 de junho de 2004.

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