quarta-feira, 28 de junho de 2017


Estados Sem Perspectivas de Crescimento

 

                            Viajando para Bom Jesus do Norte, sul do Espírito Santo, onde está situado o posto fiscal Éber Teixeira de Figueiredo, no qual em junho/2004 fui prestar serviço, notei na estrada estadual as margens estreitas, menos de um metro além do asfalto. Nas estradas federais, com as quais fiquei muito acostumado ao viajar sempre entre Linhares e Vitória e de volta por largo tempo, as margens tem uma liberdade de 12 ou 15 metros de cada lado, não sei, seria o caso de consultar o DNER.

                            Em todo caso podemos ver que o governo federal foi precavido, prevendo as ampliações necessárias, contra as necessidades das pessoas construírem - por razões óbvias de facilidade de transporte - às margens das estradas asfaltadas, enquanto o estadual não o foi. Se for preciso ampliar as estradas estaduais custosas desapropriações deverão ser feitas, enquanto nas federais isso não custará nada, pois por mais 50 ou 100 anos as federais poderão ser lateralmente dilatadas sem sobrecusto nenhum.

                            A falta de perspectiva de crescimento do ES é notável e chocante. É aborrecimento certo pensar na estupidez dos governantes daqui, na falta de esperança deles quanto ao desenvolvimento capixaba.

                            Esse espírito “rasgador” faltou a eles.

                            Fomos constrangidos ou punidos duplamente: a) pela falta de imaginação deles, que age como um freio; b) porque qualquer necessidade futura de ampliação da liberdade de trânsito custará muito mais. Eis o que significa deixar boçais nos governarem. Eis porque, como venho dizendo há tanto tempo, o voto na realidade vale tanto (para o bem e para o mal).

                            Faltou a eles tal espírito “rompedor”, que rompe, que arregaça mesmo, que dilata, que faz propaganda através da liberdade, como naquele instante em que um prefeito especialmente arrojado rasga as avenidas estreitas de uma cidade para um futuro muito mais largo de construções desestreitadas do passado constritor, que apertava a goela do fazer antigo. Ah!, o futuro respira com um furor de quem quase esteve se afogando na falta.

                            Que gente tão pequenina, tão anãzinha, tão diminuta!

                            Assim tem sido o ES.
                            Vitória, domingo, 20 de junho de 2004.

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