Estados Sem
Perspectivas de Crescimento
Viajando para Bom
Jesus do Norte, sul do Espírito Santo, onde está situado o posto fiscal Éber
Teixeira de Figueiredo, no qual em junho/2004 fui prestar serviço, notei na
estrada estadual as margens estreitas, menos de um metro além do asfalto. Nas
estradas federais, com as quais fiquei muito acostumado ao viajar sempre entre
Linhares e Vitória e de volta por largo tempo, as margens tem uma liberdade de
12 ou 15 metros de cada lado, não sei, seria o caso de consultar o DNER.
Em todo caso podemos
ver que o governo federal foi precavido, prevendo as ampliações necessárias,
contra as necessidades das pessoas construírem - por razões óbvias de
facilidade de transporte - às margens das estradas asfaltadas, enquanto o estadual
não o foi. Se for preciso ampliar as estradas estaduais custosas
desapropriações deverão ser feitas, enquanto nas federais isso não custará
nada, pois por mais 50 ou 100 anos as federais poderão ser lateralmente
dilatadas sem sobrecusto nenhum.
A falta de
perspectiva de crescimento do ES é notável e chocante. É aborrecimento certo
pensar na estupidez dos governantes daqui, na falta de esperança deles quanto
ao desenvolvimento capixaba.
Esse espírito
“rasgador” faltou a eles.
Fomos constrangidos
ou punidos duplamente: a) pela falta de imaginação deles, que age como um freio;
b) porque qualquer necessidade futura de ampliação da liberdade de trânsito
custará muito mais. Eis o que significa deixar boçais nos governarem. Eis
porque, como venho dizendo há tanto tempo, o voto na realidade vale tanto (para
o bem e para o mal).
Faltou a eles tal
espírito “rompedor”, que rompe, que arregaça mesmo, que dilata, que faz
propaganda através da liberdade, como naquele instante em que um prefeito
especialmente arrojado rasga as avenidas estreitas de uma cidade para um futuro
muito mais largo de construções desestreitadas do passado constritor, que
apertava a goela do fazer antigo. Ah!, o futuro respira com um furor de quem
quase esteve se afogando na falta.
Que gente tão
pequenina, tão anãzinha, tão diminuta!
Assim tem sido o ES.
Vitória, domingo, 20
de junho de 2004.
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