Demônio, Vá Embora
Da música de Tom
Jobim, Borzeguim (No Aurélio Século
XXI digital: S. m. 1. Botina cujo cano é fechado com cordões) posta em anexo, a
encenação que se seguirá.
Enquanto
um canta outros descendo e vão dizendo frases nos ouvidos dos espectadores,
pois todos crêem que demônios são os outros, nunca esperam que os outros os
vejam fazendo o mal.
Enquanto isso, em
telões vão passando cenas campestres, só que diversas, as pessoas que tinham
intenção de pegar os tatus devolvendo-os e a natureza que vinha sendo morta vendo-se
replantada e reintroduzida, desconstruindo-se edifícios para formar matas, mas
mesmo assim havendo espaço para pessoas e plantações, que se tornam mais
aprimoradas. Gravadores de alta potência, postos perto do mato, transferem seus
sons. Baleias “falam” sua língua enquanto se canta, todas as composições da
Natureza vão sendo tocadas enquanto a música é repetida.
E faz-se isso como
um mantra, como uma prece contra o demônio, um exorcismo: vá embora, vá embora,
vá embora, se manda, vá para longe, largue-nos, deixe-nos viver em paz. De toda
parte, como crianças vestidas mesmo, vem o mato, a cotia, a fruta do mato, o
vento, a cordilheira, a capivara, o sertão, etc.
Vitória,
segunda-feira, 21 de junho de 2004.
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