quarta-feira, 14 de junho de 2017


Política Ministerial


 

                            Toda racionalidade que esses caras praticam é a de, desejando, irem colocando mais e mais ministros em outros tantos ministérios, com centenas ou milhares de funcionários, tudo às expensas dos governos – só porque não é pago por eles e sim pelo povo.

                            Lá por 1988, como já disse várias vezes, escrevi à presidência da República dizendo para diminuir o número de ministros de 27 a 6; Collor baixou a 12 e os que vieram depois reconduziram à conta das dezenas. Também enviei documento semelhante ao governo estadual do Espírito Santo, mas aqui, nenhuma providência tomaram.

                            AS RAZÕES DA INÉRCIA

·        O grande número de ministros fragmenta o poder que poderiam exercer, diminuindo-o frente ao mandatário maior e não fazendo sombra a ele; como podem entrar e sair a qualquer momento, ficando no máximo quatro anos, em certos períodos com grande rodízio, muitas vezes a gente nem sabendo quem são, a menos que a imprensa o diga;

·        Os cargos, sendo muitos, talvez três dezenas, podem ser negociados e “vendidos” aos partidos da coligação do poder, permitindo atender muito mais deles, já que o sistema é dispersivo e fragamentador no chamado “pluralismo partidário”;

·        Outras (pesquise, é interessante e importante aula de geo-história e dos atrasos socioeconômicos do terceiro mundo);

Poderia ser diferente, claro.

Se o presidente contraísse o número de ministros a seis ou, melhor ainda, a quatro, sendo ele o quinto elemento, esses poucos se projetariam bastante para serem FATALMENTE eleitos governadores ou senadores da coalizão. Em vez de distribuir ministérios distribuiria departamentos e chefias, em número muito maior, mas que não se reuniriam com ele. Os ministérios seriam unicamente do partido ganhador das eleições.

Em suma, o Ministério geral enquanto tecnociência nunca foi estudado em qualquer parte do mundo, o que é uma pena, passados tantos milênios. Nunca se filosofou sobre ele, o que teria proporcionado boas discussões.

Vitória, segunda-feira, 26 de abril de 2004.

Nenhum comentário:

Postar um comentário