quarta-feira, 14 de junho de 2017


Política em Quadrinhos


 

                            Como no artigo A Ditadura da Palavras vi que o povo precisa ser libertado do excesso delas, de sua superpresença, vejo agora que as imagens são olhadas de dois modos: a) pela semelhança, b) pela dessemelhança ou desigualdade ou contraste ou expectativa ou pergunta.

                            Pelo lado das semelhanças ou das estaticodinâmicas ou mecânicas ela é parte de uma classe-de-objetos, por exemplo, dos carros, dos queijos, dos termômetros, dos arcômetros (medidores de arcos, que não existem; mas você poderia pensar na reunião de um medidor de raios, radiômetro, que seria meramente um metro numa linha, com um angulômetro, medidor de ângulos, ou goniômetro, que tem o mesmo significado, comumente chamado de “transferidor”, que transfere. Como arcômetros não foram feitos ainda, quando uma pessoa vir um não vai saber dizer o que é porque não tem dele classe ou semelhança). Olhamos aqui o que é geral, sem atentar para detalhes.

                            Pelo lado das diferenças, há a distância ou distanciamento ou estranheza, que faz a pessoa olhar as particularidades.

                            Usando fotografias, desenhos, pinturas pode-se explicitar as linhas ideológicas ou partidárias, falando-se dos partidos e sua hierarquia, financiamento de política, votos, coligações, Justiça Eleitoral, contagem de votos, fiscais dos partidos, eleições, etc., mas reduzindo o potencial das imagens. Como dizem que cada imagem vale mil palavras deve-se reduzir a imagens, então, a umas tantas coisas perceptíveis, o que pode ser feito pelo desenho de estórias em quadrinhos, expondo completamente a política ao povo. Assim como pretendemos fazer com o Dicionário 800, colocando 800 palavras ao alcance do povo, podemos escolher 200 categorias ideológicas que o povo possa dominar absoluta e totalmente. Como para o D/800, do lado esquerdo o desenho, do lado direito a definição ideológica. E então estórias legais da política, desnudando essa farsa democrática das votações e pseudo-escolhas.

                            Vitória, sábado, 24 de abril de 2004.

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