O Boff de
Mel Gibson
Em
2004 estreou o filme de Mel Gibson que provocou reações dos judeus como se
fosse provocativo e recebeu de Leonardo Boff uma espinafração em A Gazeta (e outros jornais do país,
certamente) da página de opiniões nesta semana e que não li inteira, só algumas
frases. Seria bom juntá-la no caso de publicação deste texto.
Dizem que o filme
contém muitas cenas de violência, não assisti ainda, mas é fácil ver o que diz
Gibson no fundo: o “dar a outra face” de Jesus não quer dizer humilhação pelos
árabes e outros, dos cordeirinhos da cristandade, as vaquinhas de presépio. A
mensagem desses que caminharão para o fundamentalismo cristão é simplesmente
esta: “parem de bater ou nós vamos reagir”. Porque os libertários, como
Leonardo Boff, esquecem-se que a moeda tem duas faces e que o gesto de Jesus é
só dele, não é de todos, é simbólico e não quer dizer SEMPRE não-reagir. Dar a
outra face uma vez é sinal de apaziguamento, mas dar 10 ou 15 vira chacota. Não
é para o Ocidente e a cristandade se recusarem a ver o óbvio. Teria feito
sentido dar a outra face aos japoneses na Segunda Guerra Mundial? Ou os
japoneses darem a outra face e pedirem para jogarem mais duas?
Tudo tem limites e é
fácil ver que a continuarem as provocações vai mesmo haver um confronto entre
cristãos e árabes.
É claro, Gibson,
cristão católico australiano da cultura anglo-saxônica está mandando um
primeiro recado aos árabes e semitas: “este é o limite, ou pára agora ou vamos
sacar a espada e cortar orelhas”. Os anglo-saxões não são como os latinos
contemporizadores, eles batem de volta. Quanto às surras em Cristo é para
dizer: “estão vendo? Se eles batem em Deus, quando mais em nós”.
O recado está dado e
as pessoas perceberão.
Boff, não.
Vitória,
segunda-feira, 12 de abril de 2004.
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