sábado, 10 de junho de 2017


A Quem Eles Querem Enganar?

 

                            Recentemente a TV deu com estardalhaço que o PIB brasileiro tinha caído abaixo do da Bélgica e da Coréia, pouco importa quem seja. O PIB brasileiro já esteve em 880 bilhões de dólares há vários anos e tenho falado que o PIB real passa de dois trilhões. Com a desvalorização do real de um por dólar para três por dólar deu-se que o PIB assim medido baixou a, sei lá, 450 bilhões. É só raciocinar para ver que pelo ridículo não pode ser assim.

RACIOCÍNIO (supondo PIB de 500 bilhões, para ficar fácil fazer as contas)

·        Imaginando que o real fosse desvalorizado na base de 100/1 US$/R$ o PIB saltaria de 500 bilhões para 50 trilhões de dólares, mais que a renda mundial inteirinha, que está em torno dos 35 trilhões;

·        Ao contrário, se fosse valorizado para 1/100 aconteceria o inverso, o PIB nacional desceria a 5 bilhões e seria menor que o do Paraguai; se a do ES, que é 2,5 % da do Brasil, fosse deixada de lado, a renda do Brasil inteiro seria menor que 1/5 (na leitura visível) ou 1/10 (na leitura total, visível + invisível) da capixaba – quer dizer, a renda da parte seria maior que a do todo.

A conclusão a que podemos chegar é que medidas de renda com base em relações de moedas são perfeitamente inúteis enquanto verdade e só são úteis na medida em que queiram ocultar algo. O quê? Aquilo que eu já disse: que o Brasil não é mais economia secundária, é principal; que o país não é mais pobre, alguns são pobres e explorados nele. Agora mesmo Lula foi eleito um dos 100 personagens mais influentes DO MUNDO. E constantemente os EUA estão dizendo que sem o Brasil a ALCA não anda para frente, quer dizer, o Brasil não é mais tático, é estratégico. Vemos os americanos preocupados com o refinamento de urânio no Brasil, temendo uma corrida armamentista: quem se preocuparia com uma corrida atômica no Zaire?

Enfim, a pergunta do título é retórica: eles querem enganar a nós, a nós dois, você e eu. Há muitos anos não me enganam mais, pelo menos desde 1985, não sei a você.

Vitória, terça-feira, 20 de abril de 2004.

Nenhum comentário:

Postar um comentário