A
Quem Eles Querem Enganar?
Recentemente a TV
deu com estardalhaço que o PIB brasileiro tinha caído abaixo do da Bélgica e da
Coréia, pouco importa quem seja. O PIB brasileiro já esteve em 880 bilhões de
dólares há vários anos e tenho falado que o PIB real passa de dois trilhões.
Com a desvalorização do real de um por dólar para três por dólar deu-se que o
PIB assim medido baixou a, sei lá, 450 bilhões. É só raciocinar para ver que
pelo ridículo não pode ser assim.
RACIOCÍNIO (supondo
PIB de 500 bilhões, para ficar fácil fazer as contas)
·
Imaginando que o real fosse desvalorizado na
base de 100/1 US$/R$ o PIB saltaria de 500 bilhões para 50 trilhões de dólares,
mais que a renda mundial inteirinha, que está em torno dos 35 trilhões;
·
Ao contrário, se fosse valorizado para 1/100
aconteceria o inverso, o PIB nacional desceria a 5 bilhões e seria menor que o
do Paraguai; se a do ES, que é 2,5 % da do Brasil, fosse deixada de lado, a
renda do Brasil inteiro seria menor que 1/5 (na leitura visível) ou 1/10 (na
leitura total, visível + invisível) da capixaba – quer dizer, a renda da parte
seria maior que a do todo.
A conclusão a que podemos chegar é que
medidas de renda com base em relações de moedas são perfeitamente inúteis
enquanto verdade e só são úteis na medida em que queiram ocultar algo. O quê?
Aquilo que eu já disse: que o Brasil não é mais economia secundária, é
principal; que o país não é mais pobre, alguns são pobres e explorados nele.
Agora mesmo Lula foi eleito um dos 100 personagens mais influentes DO MUNDO. E
constantemente os EUA estão dizendo que sem o Brasil a ALCA não anda para
frente, quer dizer, o Brasil não é mais tático, é estratégico. Vemos os
americanos preocupados com o refinamento de urânio no Brasil, temendo uma
corrida armamentista: quem se preocuparia com uma corrida atômica no Zaire?
Enfim, a pergunta do título é
retórica: eles querem enganar a nós, a nós dois, você e eu. Há muitos anos não
me enganam mais, pelo menos desde 1985, não sei a você.
Vitória, terça-feira, 20 de abril de
2004.
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