A Morte do Grande
Senhor
Por mais que tivesse
vivido, tendo chegado em 3,75 mil a.C., eles sabiam perfeitamente que um dia
morreria, mas ninguém pensava no assunto e se em algum momento a idéia vinha a
alguma cabeça era rapidamente afastada, até que chegando 2,82 mil a.C. após 930
anos de vida Adão morreu. Não só faltava o Grande Pai como também a Grande Mãe,
Eva. No mesmo ano Adão adoeceu e morreu, no curso daquele único ano, e Eva
também. Mesmo se enviou Eva e Set na Grande Nave com pedido de socorro às
portas do planeta Paraíso não obteve resposta de Deus e morreu mesmo, sem
dúvida alguma.
Foi uma consternação
geral, porque, imagine só, não é como filhos que tem a presença do pai por 20,
30, 40 ou mesmo 50 anos, e sim, para Set, 800 anos, e para os demais filhos e
filhas, netos e netas, sempre muitos séculos. O mundo sapiens e mestiço-humano,
então, nunca tinha vivido sem a presença dele, que nos últimos dias era o Velho Senhor de Barbas Brancas (veja
Livro 73). Era como se ele fosse virtualmente eterno e fosse mesmo viver para
sempre, indefinidamente, mas os anos marcados por Deus chegaram e ele sucumbiu
definitivamente. Foi o maior choque para Adão e o verdadeiro aprendizado,
porque de eterno ele passou a mortal, desterrado, trabalhador (embora ao modo
atlante), doente e morto. Que golpe genial no orgulho! A morte é o que mantém
tudo sob trela, perfeitamente ajustado, pois senão seria um desastre geral, com
milhões de demonstrações de orgulho de várias alturas, larguras e
profundidades.
Por mais que os da
Casa tentassem ocultar durante um tempo, tiveram de anunciar e então, certo dia
que parecia como os outros quaisquer, veio da Casa Celestial o anúncio
terrível, gerando dor, pavor, medo pânico: o Grande Senhor morreu. Os servos
rolavam no chão, batiam nas paredes, se matavam, se jogavam no precipício,
ateavam fogo às vestes, afogavam-se de puro desespero, embora os atlantes
procurassem evitar. O medo e a desolação foram se espalhando em ondas a partir
da Tróia Olímpica, caminhando pelo mundo na velocidade dos cavalos, dos
corredores ou, para os celestiais distantes, através dos comunicadores, criando
então novas ondas que embatiam com as primeiras, a partir dos novos centros
irradiadores situados a milhares de quilômetros.
O planeta inteiro
escureceu em prantos, parecia que tudo ia desabar. Mas os dias passam e depois
de décadas um mundo de cerviz dobrada reemergiu.
Vitória,
segunda-feira, 19 de abril de 2004.
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