quinta-feira, 15 de junho de 2017


A Preparação da Armadilha do Consumo Socioeconômico


 

                            Baseado no Modelo da Caverna dos homens (machos e pseudofêmeas) caçadores e das mulheres (fêmeas e pseudomachos) coletoras, podemos, como já foi mostrado, orientar a oferta de imagens e conteúdos, de formas e estruturas aos consumidores, por outro lado adequando os ofertantes dos serviços e produtos através de treinamento às expectativas dos quatro sexos.

                            Do ponto de vista mais cru devemos pensar na preparação de arapucas, armadilhas para as presas. O que se quer pegar é o dinheiro, a representação monetária que fica da transação ou da troca. O alçapão é duplo, econômico ou produtivo, organizativo ou sociológico. O econômico deverá especializar-se em agropecuário/extrativista, industrial, comercial, de serviços e bancário, desdobrando-se nas diferenças ou categorias. Os solicitantes são PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e AMBIENTES (cidades/municípios, estados, nações e mundo), o que exige diferenciação ou especialização, preparação de técnicos & cientistas ou desenvolvedores & pesquisadores. O que cativa as consciências?

                            Gabriel perguntou isso, indiretamente.

                            O que nos afeta? O que nos motiva a comprar? Podemos acessar isso de dois modos: 1) pela lógica, como farei a seguir; 2) através das cártulas ou cartuchos psicológicos, seu registro, classificação, amostragem estatística – o uso do campo no sistema de pergunta-resposta da tecnociência, o chamado “método científico” (que os filósofos inventaram).

                            QUE TELA É OFERTADA ao consumidor?

                            Podemos pensar em uma TELA DE OFERTA e uma TELA DE DEMANDA: quanto mais próximas estejam maior é a chance de ser transferida a mercadoria, contra pagamento.

                            A tela tem altura, largura e profundidade.

                            A ALTURA podemos referir à capacidade de arcar com a raridade do produto, isto é, seu valor intrínseco, tanto da parte do comprador quanto do vendedor. O Queen Mary 2 custou 850 milhões de dólares; não adianta expô-lo em vitrine, poucos poderiam comprar – seria preciso oferecê-lo a esses poucos, que comportam essa alta capacidade de compra. A PROFUNDIDADE pode se relacionar com a intensidade do desejo, a aflição do demandante e do ofertante. A LARGURA pode ser coligada a esse apelo ou armadilha ou chamado da presa. O quarto elemento é a pessoa estar diante da tela, o chamado “ponto” (que é um conceito profundamente complexo, devendo ser amplamente discutido à parte).

                            Então, temos três filtros: 1) ALTURA (Y): valor (capacidade de compra), separação da média, reserva monetária; 2) PROFUNDIDADE (Z): desejo (aceitação de transferência da posse monetária); 3) LARGURA (X): multiplicação dos outros dois, sua solução: VALOR x DESEJO. Se o desejo vencer o valor será pago. Se o valor vencer, o desejo não será satisfeito. Ora, é no eixo dos X que plotaremos as potências da transferência ou venda, a troca de posse, o demandante levando o produto, o ofertante ficando com sua representação monetária (dinheiro, cheque, promissória, etc.). Aqui também se estabelece uma Curva do Sino ou de Gauss ou das Distribuições Estatísticas entre as menores eficiências na esquerda e as maiores na direita, no centro estando as competências médias, mais comuns. Estamos em busca dos mais competentes e dos extremamente mais competentes, que são poucos. Os competentes devem ser 1/40 ou 2,5 % e vai reduzindo na base desse multiplicador 1/40.

                            O que pode ser chamado de competência?

                            O aprofundamento do desejo, porque ele é que agirá contra a reserva, contra a negação do dinheiro, contra a resistência a entregar o dinheiro. Os ricos (A), médios-altos (B), médios (C), médios-baixos ou pobres (D) e miseráveis (E), constituem as cinco distâncias em relação a produtos.

                            Como o vendedor não pode ampliar a altura ou capacidade de compra, deve apelar para o desejo, o que tem sido feito até agoraqui e antes do modelo de forma irracional ou emocional ou apaixonada. Não multiplicação pela razão, mas pela emoção ou sentimento. Tem sido preciso conseguir artistas que, sem saberem o que estão fazendo, façam, e dê certo, conseguindo o apelo ou armadilha, colocando-se uma das cinco iscas aos sentinterpretadores externinternos: visão, audição, paladar, olfato e tato.

                            CINCO ATRAÇÕES

·        Atração visual (isso eles tratam melhor, fazendo vários arranjos);

·        Atração auditiva (colocam música e só);

·        Atração olfativa (por vezes, perfume);

·        Atração palativa (oferecem café ou suco);

·        Atração tátil (essa nunca é tratada, exceto na forma de tapetes).

ATRAÇÃO VISUAL


·        Poesia, prosa, pintura, fotografia, desenho, moda, dança, etc.:

ATRAÇÃO AUDITIVA


·        Músicas, discursos, etc.;

ATRAÇÃO OLFATIVA


·        Perfumes, etc.;

ATRAÇÃO GUSTATIVA


·        Comidas, bebidas, pastas, temperos, etc.;

ATRAÇÃO TÁTIL


·        Cinema, teatro, arquiengenharia, urbanismo, paisagismo-jardinagem, decoração, tapeçaria, esculturação, etc.

Como aprofundar o desejo?

Isso diz respeito à Psicologia (estudo das figuras ou psicanálises dos compradores, dos objetivos ou psico-sínteses, das produções ou economias, das organizações ou sociologias, dos espaçotempos ou geo-histórias). O que motiva um não motiva outro. Como os sentidos medidos em relação a um zero seriam multiplicadores deveríamos mudar a tela para cada comprador, adequando-a a ele, o que é evidentemente impossível. Mas não tanto se cada um for levado a uma grande tela de TV que mostre o ambiente mais propício à pessoa. Se é mulher coletora, ambiente-de-coleta, se é homem ambiente-de-caça e assim por diante. É isso que Gabriel quis dizer, como está posto em Lojas de Caçadores e Coletoras, neste Livro 79.

Em resumo, tudo é ainda muito avançado em relação ao passado primitivo e muito atrasado em relação ao futuro, ao que pode ser.

Vitória, quinta-feira, 06 de maio de 2004.

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