A
Preparação da Armadilha do Consumo Socioeconômico
Baseado no Modelo da
Caverna dos homens (machos e pseudofêmeas) caçadores e das mulheres (fêmeas e
pseudomachos) coletoras, podemos, como já foi mostrado, orientar a oferta de
imagens e conteúdos, de formas e estruturas aos consumidores, por outro lado
adequando os ofertantes dos serviços e produtos através de treinamento às
expectativas dos quatro sexos.
Do
ponto de vista mais cru devemos pensar na preparação de arapucas, armadilhas
para as presas. O que se quer pegar é o dinheiro, a representação monetária que
fica da transação ou da troca. O alçapão é duplo, econômico ou produtivo,
organizativo ou sociológico. O econômico deverá especializar-se em
agropecuário/extrativista, industrial, comercial, de serviços e bancário,
desdobrando-se nas diferenças ou categorias. Os solicitantes são PESSOAS
(indivíduos, famílias, grupos e empresas) e AMBIENTES (cidades/municípios,
estados, nações e mundo), o que exige diferenciação ou especialização,
preparação de técnicos & cientistas ou desenvolvedores & pesquisadores.
O que cativa as consciências?
Gabriel
perguntou isso, indiretamente.
O
que nos afeta? O que nos motiva a comprar? Podemos acessar isso de dois modos:
1) pela lógica, como farei a seguir; 2) através das cártulas ou cartuchos
psicológicos, seu registro, classificação, amostragem estatística – o uso do
campo no sistema de pergunta-resposta da tecnociência, o chamado “método
científico” (que os filósofos inventaram).
QUE
TELA É OFERTADA ao consumidor?
Podemos
pensar em uma TELA DE OFERTA e uma TELA DE DEMANDA: quanto mais próximas
estejam maior é a chance de ser transferida a mercadoria, contra pagamento.
A
tela tem altura, largura e profundidade.
A
ALTURA podemos referir à capacidade de arcar com a raridade do produto, isto é,
seu valor intrínseco, tanto da parte do comprador quanto do vendedor. O Queen
Mary 2 custou 850 milhões de dólares; não adianta expô-lo em vitrine, poucos
poderiam comprar – seria preciso oferecê-lo a esses poucos, que comportam essa
alta capacidade de compra. A PROFUNDIDADE pode se relacionar com a intensidade
do desejo, a aflição do demandante e do ofertante. A LARGURA pode ser coligada
a esse apelo ou armadilha ou chamado da presa. O quarto elemento é a pessoa
estar diante da tela, o chamado “ponto” (que é um conceito profundamente
complexo, devendo ser amplamente discutido à parte).
Então,
temos três filtros: 1) ALTURA (Y): valor (capacidade de compra), separação da
média, reserva monetária; 2) PROFUNDIDADE (Z): desejo (aceitação de
transferência da posse monetária); 3) LARGURA (X): multiplicação dos outros
dois, sua solução: VALOR x DESEJO. Se o desejo vencer o valor será pago. Se o
valor vencer, o desejo não será satisfeito. Ora, é no eixo dos X que plotaremos
as potências da transferência ou venda, a troca de posse, o demandante levando
o produto, o ofertante ficando com sua representação monetária (dinheiro,
cheque, promissória, etc.). Aqui também se estabelece uma Curva do Sino ou de
Gauss ou das Distribuições Estatísticas entre as menores eficiências na
esquerda e as maiores na direita, no centro estando as competências médias,
mais comuns. Estamos em busca dos mais competentes e dos extremamente mais
competentes, que são poucos. Os competentes devem ser 1/40 ou 2,5 % e vai
reduzindo na base desse multiplicador 1/40.
O
que pode ser chamado de competência?
O
aprofundamento do desejo, porque ele é que agirá contra a reserva, contra a
negação do dinheiro, contra a resistência a entregar o dinheiro. Os ricos (A),
médios-altos (B), médios (C), médios-baixos ou pobres (D) e miseráveis (E),
constituem as cinco distâncias em relação a produtos.
Como
o vendedor não pode ampliar a altura ou capacidade de compra, deve apelar para
o desejo, o que tem sido feito até agoraqui e antes do modelo de forma
irracional ou emocional ou apaixonada. Não multiplicação pela razão, mas pela
emoção ou sentimento. Tem sido preciso conseguir artistas que, sem saberem o
que estão fazendo, façam, e dê certo, conseguindo o apelo ou armadilha,
colocando-se uma das cinco iscas aos sentinterpretadores externinternos: visão,
audição, paladar, olfato e tato.
CINCO ATRAÇÕES
·
Atração
visual (isso eles tratam melhor, fazendo vários arranjos);
·
Atração
auditiva (colocam música e só);
·
Atração
olfativa (por vezes, perfume);
·
Atração
palativa (oferecem café ou suco);
·
Atração
tátil (essa nunca é tratada, exceto na forma de tapetes).
ATRAÇÃO
VISUAL
·
Poesia,
prosa, pintura, fotografia, desenho, moda, dança, etc.:
ATRAÇÃO
AUDITIVA
·
Músicas,
discursos, etc.;
ATRAÇÃO
OLFATIVA
·
Perfumes,
etc.;
ATRAÇÃO
GUSTATIVA
·
Comidas,
bebidas, pastas, temperos, etc.;
ATRAÇÃO
TÁTIL
·
Cinema,
teatro, arquiengenharia, urbanismo, paisagismo-jardinagem, decoração,
tapeçaria, esculturação, etc.
Como aprofundar o
desejo?
Isso diz respeito à Psicologia
(estudo das figuras ou psicanálises dos compradores, dos objetivos ou
psico-sínteses, das produções ou economias, das organizações ou sociologias,
dos espaçotempos ou geo-histórias). O que motiva um não motiva outro. Como os
sentidos medidos em relação a um zero seriam multiplicadores deveríamos mudar a
tela para cada comprador, adequando-a a ele, o que é evidentemente impossível.
Mas não tanto se cada um for levado a uma grande tela de TV que mostre o
ambiente mais propício à pessoa. Se é mulher coletora, ambiente-de-coleta, se é
homem ambiente-de-caça e assim por diante. É isso que Gabriel quis dizer, como
está posto em Lojas de Caçadores e
Coletoras, neste Livro 79.
Em resumo, tudo é
ainda muito avançado em relação ao passado primitivo e muito atrasado em
relação ao futuro, ao que pode ser.
Vitória,
quinta-feira, 06 de maio de 2004.
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