quinta-feira, 15 de junho de 2017


A Primeira Chicotada


 

                            Qual terá sido a causa da Grande Guerra dos Deuses?

                            Algo de relativamente muito simples e muito complexo.

                            Adão, tendo chegado em 3,75 mil antes de Cristo, vivido por 930 anos, morrido em 2,82 mil a.C., cuidou sempre de passar a todos a ojeriza que tinha com relação a maltratos com os humanos e principalmente os sapiens. Mas, como vivia fora construindo a “oferenda”, lá no Oriente, no Japão (Kitami-Esashi, Hokkaido, 45º Norte) e na Coréia, não podia estar presente o tempo todo, porisso quando Enoque assumiu o governo, no mesmo ano em que teve o primeiro filho aos 65 anos, chicoteou um servo (e esse foi o motivo porque Deus fê-lo pegar lepra, um vírus terrível que não existia até então na Terra), com um daqueles terríveis chicotes adâmicos ou atlantes, capazes de cortar até aço e outros metais. A extremidade aguda penetrou fundo na carne e no osso, separando-os do resto do corpo, causando a morte do servo. Avisado, Adão voltou imediatamente, puniu Enoque e orou a Deus para que ele fosse perdoado, o que foi negado, como sabemos.

                            Os adâmicos então se separaram em dois grupos: 1) os que queriam a punição magistral de Enoque e 2) os que ficaram do seu lado. Obviamente Adão ficou contra o tataraneto, mas tinha de preservar a monarquia e a Casa Celestial da desagregação imediata, até que ele concluísse a obra e morresse. Então a Grande Batalha, depois de décadas de discussão e ataques mútuos surdos foi finalmente travada diante de Tróia Olímpica em 3,05 mil a.C., como vimos. Ele viveu durante mais 230 anos, até morrer em 2,82 mil a.C. O lado de Adão e dos sucessores de Enoque ganhou a Guerra, mas muito foi perdido ali, toda a união. Do lado dos que se puseram a favor de Enoque ficou a impressão de que no fundo seu gesto foi justificado; do lado que ficou contra havia a amargura de Adão pregar sempre a retidão e por fim ter adotado (a contragosto) a posição de manter a tirania na realeza atlante. Isso foi o motivo de mais separações, até que a Guerra do Alcance em 2,45 mil a.C. finalmente rebentasse em duas facções completamente inconciliáveis, o que foi realmente o começo do fim.

                            Mas Adão era prático: ele sabia que tudo dependia de ele fazer CORRETAMENTE a oferenda a Deus, o alinhamento perfeito em que ninguém deveria interferir. O mais era tolerável, na expectativa de que depois as coisas se consertassem. Entrementes, por muitos milênios não se consertaram.
                            Vitória, sexta-feira, 30 de abril de 2004.

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