sábado, 3 de junho de 2017


A Grande Nave Fotografa

 

                            Um dos meus tios, Alvacy Perim, falou de como seria interessante se tivessem registrado todos os eventos do passado (claro, os do futuro seria ainda mais, sem falar em todos os do presente, os públicos e os privados – um grande Big Brother verdadeiro de todas as idiotices que fazemos no dia-a-dia).

                            Na coletânea ASC isso colocou como possibilidade que a Grande Nave - estando em volta da Terra camuflada desde 3,75 mil antes de Cristo, quando Adão e sua Turma chegaram à Terra, embora inalcançável desde a morte do Grande Senhor em 2,82 mil a.C. (e só recuperável através de ordem direta dele) - ter estado captando emissões, fotografando a Terra inteira, dando várias voltas nela por dia em uma posição distante, mas com um supertelescópio apontado para nós. Pense só, seria o grande sonho de qualquer geo-historiador e na verdade de qualquer psicólogo (de figuras ou psicanálises, de objetivos ou psico-sínteses, de economias ou produções, de sociologias ou organizações, de espaçotempos ou geo-histórias). Também de geólogos, paleontólogos e antropólogos (embora o tempo, seis mil anos, seja curto para eles; pegariam no máximo alguns vulcões explodindo) e de arqueólogos (que delícia, ver surgindo e desaparecendo as cidades, no ritmo natural e em ritmo acelerado). Enfim, os pesquisadores ficariam extasiados com os trilhões de fotografias (o que exige um grande depósito de memória), desde que Adão permitisse o acesso e nós pudéssemos converter arquivos da Grande Nave para nossos programáquinas. Que felicidade!

                            E, é claro, muitos mitos e invenções seriam definitivamente sepultadas, o que causaria bastante constrangimento e aborrecimentos em níveis variados de reação. Fundadores de religiões (Lao Tse, Confúcio, Jesus, Buda, Maomé, Moisés, Abraão e tantos outros), santos e sábios, estadistas, etc., teriam revistas suas histórias oficiais. SE houvesse meio de seguir cada figura isolada, ave Maria!, seria o fim de muitas suposições. Em resumo, a soma é mesmo zero, 50/50, tanto coisas boas quanto ruins, e acho que muitos pagariam para não divulgarem as informações.

                            Em todo caso, seria divertidíssimo.
                            Vitória, segunda-feira, 29 de março de 2004.

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