A Grande Nave
Fotografa
Um dos meus tios,
Alvacy Perim, falou de como seria interessante se tivessem registrado todos os
eventos do passado (claro, os do futuro seria ainda mais, sem falar em todos os
do presente, os públicos e os privados – um grande Big Brother verdadeiro de
todas as idiotices que fazemos no dia-a-dia).
Na coletânea ASC
isso colocou como possibilidade que a Grande Nave - estando em volta da Terra
camuflada desde 3,75 mil antes de Cristo, quando Adão e sua Turma chegaram à
Terra, embora inalcançável desde a morte do Grande Senhor em 2,82 mil a.C. (e
só recuperável através de ordem direta dele) - ter estado captando emissões,
fotografando a Terra inteira, dando várias voltas nela por dia em uma posição
distante, mas com um supertelescópio apontado para nós. Pense só, seria o
grande sonho de qualquer geo-historiador e na verdade de qualquer psicólogo (de
figuras ou psicanálises, de objetivos ou psico-sínteses, de economias ou
produções, de sociologias ou organizações, de espaçotempos ou geo-histórias).
Também de geólogos, paleontólogos e antropólogos (embora o tempo, seis mil
anos, seja curto para eles; pegariam no máximo alguns vulcões explodindo) e de
arqueólogos (que delícia, ver surgindo e desaparecendo as cidades, no ritmo
natural e em ritmo acelerado). Enfim, os pesquisadores ficariam extasiados com
os trilhões de fotografias (o que exige um grande depósito de memória), desde
que Adão permitisse o acesso e nós pudéssemos converter arquivos da Grande Nave
para nossos programáquinas. Que felicidade!
E, é claro, muitos
mitos e invenções seriam definitivamente sepultadas, o que causaria bastante
constrangimento e aborrecimentos em níveis variados de reação. Fundadores de
religiões (Lao Tse, Confúcio, Jesus, Buda, Maomé, Moisés, Abraão e tantos
outros), santos e sábios, estadistas, etc., teriam revistas suas histórias
oficiais. SE houvesse meio de seguir cada figura isolada, ave Maria!, seria o
fim de muitas suposições. Em resumo, a soma é mesmo zero, 50/50, tanto coisas
boas quanto ruins, e acho que muitos pagariam para não divulgarem as
informações.
Em todo caso, seria
divertidíssimo.
Vitória,
segunda-feira, 29 de março de 2004.
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