domingo, 11 de junho de 2017


Quando, de Propósito, Param o Coração das Pessoas

 

Antigamente (há apenas 30 anos ou menos), antes da Internet e de terem colocado todas as músicas na Rede, era um custo (literal e metafórico) comprar um CD com 12 músicas, o que já comentei. Você precisaria dispender 10 mil dólares para comprar um punhado de músicas que agora são oferecidas “de graça” (mensalidade da banda larguinha, energia, depreciação do computador, programas, etc., não é mesmo gratuito) milhares, dezenas de milhares de músicas. Só temos gratidão por essa coletivização, cujo preço foi o desmantelamento de tantos selos musicais (que ganhavam uma barbaridade nos explorando).

Hoje há diariamente gente colocando juntas músicas de todos os tipos (por vezes, três horas de som, cada música com uns três minutos, em 180 minutos 60 composições), empregando seu tempo no processo; e tem de ter as canções em algum meio para fazer a transposição – também pode pegar na Web, porém a qualidade vai declinando.

Realmente, o almoço não é gratuito.

Agora colocam o material no Youtube, que tem centenas de milhares de filmes de cinema, músicas, capturas por celular, vídeos e segue indefinidamente. Em troca colocam propagandas chatíssimas que param a música no meio da sequência, sem esperar terminar, vão de chofre, rompem com nossa concentração, subitamente suspendem o envolvimento emocional. Há a chance de pular o anúncio, mas você tem de descontinuar o que está fazendo para isso.

ASSIM

Esse, para uma hora e trinta e três minutos, tem umas 12 paradas; outros são infernais, tem dezenas delas, é violento mesmo.

Primeiro de tudo, não sei como chupam as músicas e ganham com a inserção de anúncios, pirateando o trabalho alheio (o que também fazemos ao ouvir). Depois, há a inultrapassável e insuportável chatice dos anúncios. Enfim, é certo que o almoço não é gratuito, mas isso já é o garçom cuspir no prato que oferece.

Vitória, domingo, 11 de junho de 2017.

GAVA.

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