Quando,
de Propósito, Param o Coração das Pessoas
Antigamente (há apenas 30 anos ou menos),
antes da Internet e de terem colocado todas as músicas na Rede, era um custo
(literal e metafórico) comprar um CD com 12 músicas, o que já comentei. Você
precisaria dispender 10 mil dólares para comprar um punhado de músicas que
agora são oferecidas “de graça” (mensalidade da banda larguinha, energia,
depreciação do computador, programas, etc., não é mesmo gratuito) milhares,
dezenas de milhares de músicas. Só temos gratidão por essa coletivização, cujo
preço foi o desmantelamento de tantos selos musicais (que ganhavam uma
barbaridade nos explorando).
Hoje há diariamente gente colocando juntas músicas
de todos os tipos (por vezes, três horas de som, cada música com uns três
minutos, em 180 minutos 60 composições), empregando seu tempo no processo; e
tem de ter as canções em algum meio para fazer a transposição – também pode
pegar na Web, porém a qualidade vai declinando.
Realmente, o almoço não é gratuito.
Agora colocam o material no Youtube,
que tem centenas de milhares de filmes de cinema, músicas, capturas por
celular, vídeos e segue indefinidamente. Em troca colocam propagandas
chatíssimas que param a música no meio da sequência, sem esperar terminar, vão
de chofre, rompem com nossa concentração, subitamente suspendem o envolvimento
emocional. Há a chance de pular o anúncio, mas você tem de descontinuar o que
está fazendo para isso.
ASSIM
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Esse, para uma hora e trinta e três minutos,
tem umas 12 paradas; outros são infernais, tem dezenas delas, é violento
mesmo.
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Primeiro de tudo, não sei como chupam as
músicas e ganham com a inserção de anúncios, pirateando o trabalho alheio (o
que também fazemos ao ouvir). Depois, há a inultrapassável e insuportável chatice
dos anúncios. Enfim, é certo que o almoço não é gratuito, mas isso já é o
garçom cuspir no prato que oferece.
Vitória, domingo, 11 de junho de 2017.
GAVA.

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