Qualivida
Venho seguindo nessa
trilha que já foi posta em prática de certo modo na Barra da Tijuca, no Rio de
Janeiro desde há 30 anos como cópia de algo que começou na Inglaterra há 60
anos ou mais.
Mas não é do mesmo
jeito, nem estou copiando.
Aqui seria, digamos,
um pináculo inexpugnável no meio, com grande defesa em baixo, de tal modo que
as pessoas pudessem estar totalmente defendidas para dormir. Neste prédio
teríamos quatro apartamentos por andar. Em outros, com metade da altura, dois
por andar. Num terceiros grupo, com um quarto da altura do primeiro, um apartamento
por andar. Um quarto grupo de construções seria de casas e um quinto de mansões
imensas, de forma que teríamos só ricos A, B, C, D, E, quer dizer, AA, AB, AC,
AD, AE, todos ricos que partilhariam o ambiente imenso, quatro ou cinco
alqueires de lagos, riachos, morros e montanhas, parque, praças, ruas e
avenidas, áreas com brinquedos, ginásios, áreas de Cooper, matas cerradas,
observatórios, salas de jogos, clubes comuns, capelas, salas de conferência,
teatro, cinemas, conchas acústicas, música de câmera, etc.
Em resumo, o que
estaria sendo vendido pela QUALIVIDA seria qualidade-de-vida focada por essa
firma de construção civil POR CONCEITO.
Uma comunidade de
quatro mil pessoas, com duas mil crianças PARA AS QUAIS ESTARIA SENDO FEITO O
CONDOMÍNIO. Não se dirigiria aos adultos e sim às crianças. Os adultos
herdariam o sistema, sendo felizes também ou até mais que antes porque com toda
certeza a comunidade contrataria pesquisadores do Conhecimento (Magia/Arte,
Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) para
trabalhar a questão de uma qualidade de vida simples, distinta, mansa e
extremamente digna que só a alta riqueza pode realmente pagar. As pessoas desde
o começo não deixariam entrar ou fariam por afastar os indesejáveis, sempre
suspeitando do que seja “normal”, quer dizer, suspeitando de si mesmos e de
normalidade demais.
Como sempre a idéia
é ir para a periferia, mas não à americana, do modo como lá nos EUA as casas
muito bonitas e sem cercas isolam as pessoas. O CONCEITO DE COMUNIDADE é que
embasaria tudo. O que é preciso para construir uma comunidade 24 horas, isto é,
que viva as 16 da gente comum e tenha divertimento também para quem vive por preferência
ou obrigação à noite?
Vitória, domingo, 16
de maio de 2004.
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