segunda-feira, 5 de junho de 2017


Praça Casamenteira

 

                            De fato, as cidades, meramente por conterem muito mais gente, por esta ter idéias, as idéias se misturarem, acabam por produzir mais que o campo, onde as pessoas estão mais dispersas. Foi numa cidade que imaginaram, que tiveram a idéia, pois há uma praça envolvida, mas tanto tempo se passou que é apresentada como da roça aquela coisa de os homens rodarem para um lado e as mulheres para o outro, o que certamente já serviu para arranjar muitos casamentos.

                            Os institutos nas cidades mudaram, agora se vai às boates, quem tem dinheiro, ou há mil arranjos nos bairros da periferia, porém talvez fosse o caso de as prefeituras reprogramarem esse antigo instituto, que redenominei PRAÇA CASAMENTEIRA, que promoverá casamentos. Poderia ser praça maior, com bares, com espaços para shows (pagos ou públicos), com teatros e cinemas, com lagos, com todo tipo de coisa, parques maiores como o Central Park (Parque Central) em Nova Iorque, inclusive com psicólogos, com barbeiros e cabeleireiros, com parques infantis, com todo tipo de ajuda para os sem-namorada e as sem-namorado (não me canso de avisar para não haver publicação dos sentimentos homossexuais), inclusive conselheiros matrimoniais, pois as prefeituras devem oferecer mais, como já disse. Por quê estamos na Vida e na Terra? Não haveria muito mais prazer se essas coisas sensíveis fossem programadas? O fato é que as prefeituras oferecem bem pouco. Psicólogos poderiam ser contratados para dar palestras sobre namoro, noivado, casamento. Poderiam colocar videolocadoras, bancas de revistas. Enfim, proporcionar prazer às famílias, ao passo que aos jovens oportunidades multiplicadas de conhecimento e relacionamento, com guardas por perto (sem armas) para promover o relaxamento dos espíritos ou o abrandamento da ira. Poderiam ser mostrados vários programas que a cidade oferece, com custos de 10, 20, 40, 80, 160, 320, 640 reais ou o que fosse. Viagens, passeios, trilhas, compartilhamento – as prefeituras de fato são muito burras e só oferecem o trivialíssimo, os caminhos que já foram trilhados por décadas, é chato demais. Aí estão grandes oportunidades que elas não sabem pegar.

                            Vitória, segunda-feira, 29 de março de 2004.

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