sexta-feira, 9 de junho de 2017


Pobres nos Ônibus


 

                            Há em Vitória ônibus amarelos de R$ 1,70 a passagem que fazem transporte intermunicipal de passageiros e verdes de R$ 1,45 que o fazem dentro do município, ambos andando cheios com gente que daria para ocupar 130 % ou mais das cadeiras, sempre. Há amarelos do mesmo sistema TRANSCOL com ar condicionado que andam quase vazios, metade das cadeiras ocupadas. E há outros municipais seletivos brancos com ar condicionado, cadeiras mais confortáveis, mais bonitos que custam R$ 1,50, cinco centavos a mais, não recebendo vales-transporte. Os brancos municipais estão sempre ocupados por pessoas da classe média e os amarelos sem ar condicionado sempre por pobres. A curiosidade vem de que os amarelos com ar condicionado, que não custam um centavo a mais e recebem vale do mesmo modo estão sempre desocupados pela metade.

                            A Rede Cognata nos diz que pobres = SALÁLIAS = SUJOS = SANTOS = POLÍTICOS = PADRES = ÔNIBUS = SOFREDORES = PESADÃO, etc. Então, viu alguém de sandália é pobre ou está disfarçado; andou de ônibus igualmente, e será sempre sofredor e pesadão.

                            A pergunta mais profunda que Gabriel colocou é se, sendo como parece ser verdadeira a RC o conhecimento futuro dela ainda acarretará que as pessoas sejam empurradas para as atitudes, ainda que conheçam a propensão de praticar as indicações. Quer dizer, quando souberem que usar sandálias e andar de ônibus é anúncio de pobreza ainda haverá quem se candidate ao uso? Isso não deslocará a paridade do par polar oposto/complementar? Se isso acontecer não ficaria inviabilizado o Desenho de Mundo? Claro, ele não coloca as perguntas nesse nível, tem só 18 anos, mas é o que está implícito no que diz.

                            Quando a RC for amplamente conhecida ela ainda comandará a existências dos seres racionais, impelindo-os a isso e aquilo? Embora me pareça que sim, porque existirão compulsões outras, não posso responder taxativamente.

                            Vitória, quinta-feira, 08 de abril de 2004.

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