Pensando Contra o
Brasil
Por quê o Brasil
sente tanta dificuldade em avançar como civilização? Que podemos apontar num
primeiro raciocínio?
QUE RAZÕES SÃO ESSAS?
1. A de estar levantando uma civilização
tropical, cujas origens e destinações destoam das temperadas e polares e dariam
vazão a sentimentos e razões divergentes;
2. A de prometer constituir uma
civilização mestiça que daria oportunidades aos negros-africanos e aos nativos
americanos, além de constituir uma nova ponte com o Oriente, via descendentes
de japoneses e outros asiáticos;
3. A de não estar tão enterrado no
passado com suas raízes recentes (fora as de Portugal, que são mais antigas),
de 500 anos apenas, perto dos 10 mil de outros, situando-se voltado para o
amedrontador futuro desconhecido e não o passado calmante;
4. A de poder, com todas as mudanças que
introduziria, desenraizar os mais antigos, obrigando-os a novo processo de
renovação de direções e sentidos, a DES-ACOMODAÇÃO;
5. A de ligar-se por suas fronteiras
geográficas e históricas a novos vetores de presença e decisão;
6. A de necessitar de um diferente
Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia,
Ciência/Técnica e Matemática), em particular de diversa tecnociência, que
levaria a nova visão-de-mundo;
7. A do mero deslocamento do poder
produtivorganizativo ou de economia/sociologia, etc.
Assim, mesmo se racionalmente, isto é,
do lado de fora do pensar, da boca para fora, eles dissessem-se ausentes de
preconceitos o fato de serem assim coloca-os PENSANDO CONTRA, seja nos gestos,
seja nas palavras, em tudo. Só se, como japoneses e coreanos, justamente com aquilo
que é julgado desfavorável, o calor e a mestiçagem, pudesse ser dado salto
produtivorganizativo e tecnocientífico é que o Brasil conseguiria os favores
universais. Só que a Coréia e o Japão, para não dizer a China, são sociedades
homogêneas, sem grandes dificuldades de diálogo: é só apontar para frente e
eles já vão, não há oposições notáveis. É muito mais difícil costurar o Brasil.
Vitória, domingo, 28 de março de 2004.
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