segunda-feira, 5 de junho de 2017


Pensando Contra o Brasil

 

                            Por quê o Brasil sente tanta dificuldade em avançar como civilização? Que podemos apontar num primeiro raciocínio?

                            QUE RAZÕES SÃO ESSAS?

1.       A de estar levantando uma civilização tropical, cujas origens e destinações destoam das temperadas e polares e dariam vazão a sentimentos e razões divergentes;

2.      A de prometer constituir uma civilização mestiça que daria oportunidades aos negros-africanos e aos nativos americanos, além de constituir uma nova ponte com o Oriente, via descendentes de japoneses e outros asiáticos;

3.      A de não estar tão enterrado no passado com suas raízes recentes (fora as de Portugal, que são mais antigas), de 500 anos apenas, perto dos 10 mil de outros, situando-se voltado para o amedrontador futuro desconhecido e não o passado calmante;

4.     A de poder, com todas as mudanças que introduziria, desenraizar os mais antigos, obrigando-os a novo processo de renovação de direções e sentidos, a DES-ACOMODAÇÃO;

5.      A de ligar-se por suas fronteiras geográficas e históricas a novos vetores de presença e decisão;

6.     A de necessitar de um diferente Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática), em particular de diversa tecnociência, que levaria a nova visão-de-mundo;

7.      A do mero deslocamento do poder produtivorganizativo ou de economia/sociologia, etc.

Assim, mesmo se racionalmente, isto é, do lado de fora do pensar, da boca para fora, eles dissessem-se ausentes de preconceitos o fato de serem assim coloca-os PENSANDO CONTRA, seja nos gestos, seja nas palavras, em tudo. Só se, como japoneses e coreanos, justamente com aquilo que é julgado desfavorável, o calor e a mestiçagem, pudesse ser dado salto produtivorganizativo e tecnocientífico é que o Brasil conseguiria os favores universais. Só que a Coréia e o Japão, para não dizer a China, são sociedades homogêneas, sem grandes dificuldades de diálogo: é só apontar para frente e eles já vão, não há oposições notáveis. É muito mais difícil costurar o Brasil.

Vitória, domingo, 28 de março de 2004.

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