Parque-Roça
e Parque-Fazenda
Já
falei da necessidade de comprar cinturões de terra em volta das cidades, porque
elas crescerão desmesuradamente ainda por largo tempo, as pessoas vão
enriquecer, haverá muito mais gente nostálgica dos “bons velhos tempos” (que
não serão tão velhos, nem foram somente bons) e pagarão grandes fortunas por
qualquer nesga de solo.
O
PARQUE-ROÇA é uma roça “inculta”, preparada para parecer abandonada, primitiva,
arcaica, selvagem. Como nos filmes de Hollywood, até o menor gesto “natural”
será artificial, cuidadosamente posto ali para tal. Porções de solo preparadas
por biólogos e ecologistas para recontar a história da Terra aos do futuro.
O
PARQUE-FAZENDA não, esse já é diferente, será uma fazenda-modelo exemplarmente
posta para mostrar como é a agropecuária e o extrativismo, dando lições ao
vivo, fazendo tudo que se faz em fazendas de verdade, só que em pequena escada,
um pouco de cada coisa, com salas de palestras, classes de aula, bibliotecas,
restaurantes, observatórios – nem que seja tudo subterrâneo, para preservar a
rusticidade artificial dos elementos todos.
Em
conjunto as duas atividades podem render rios e oceanos de dinheiro, porque as
cidades são, pelas minhas estimativas, 200 a 300 mil, e se 20 % forem consideradas
ricas (5 %) e médias-altas (15 %) em gente, serão 40 a 60 mil delas onde o
campo está bastante distante para quase ter sido esquecido pelo centro, pelos
urbanizados há muito tempo, que tendem a esquecer os cheiros e os gostos da
terra. Não apenas no chamado agro-turismo, mas principalmente como atividade de
ensinaprendizado com centro no campo, a pedido dos governempresas e por
pagamento seu ou dos solicitantes privados. Atividades para escolas por
encomenda de tempo e serviços, para empresas, para desanuviamento das mentes
por solicitação de clínicas e SPA’s, para todo tipo de ajuda biológica e
psicológica, para lições pagas de ecologia, para todo tipo de atividade através
do mundo humano.
Vitória,
segunda-feira, 10 de maio de 2004.
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