sábado, 3 de junho de 2017


O Negócio do Casamento

 

                            Desde que vi uma hippie jogar no chão metade da pequena tela de exibição das bijuterias que fazem, mandando se afastar o companheiro, entendi que os divórcios vão dos mais simples aos mais complexos.

                            O Casamento geral, é claro, é um negócio. Quando somos muito jovens o tesão é tanto que a gente não pensa duas vezes para levar adiante a união, pois o verdadeiro amor é medição do não fazer planos. Por trás estão as famílias, pai e mãe mais maduros, a sabedoria dos avós e das avós e de todos os interessados tanto na felicidade de noivo e noiva quanto no processo de acumulação, com toda a geo-história das decepções associadas a ele.

                            Não há quem tenha feito, digamos, Casamento 1.0, cujo significado seria grande enquanto programáquina de consulta no namoro, no noivado, no casamento em si, no divórcio ou qualquer gênero de separação, na acumulação, na constituição dessa verdadeira sociedade econômico-financeira de pequenas e grandes repercussões. Tal programa, sendo feito e refeito à Microsoft de três em três anos poderia render muito. Se a taxa de casamentos ficasse em torno do um porcento, como a de nascimento no mundo, a cada ano teríamos (1,5 bilhão de famílias dividido por 100 =) 15 milhões de casamentos, 20 % de ricos e médios-altos que podem pagar sendo três milhões, vezes uns 60 dólares cada, 180 milhões por ano, em dez anos 1,8 bilhão, talvez o dobro disso, porque tanto um lado quanto o outro gostaria de ter o seu, uma versão feminina e outra masculina. Pode ser muito mais, com uma avaliação mais perfeita. E rende livros, documentários de TV, filmes, uma indústria milionária, que ninguém tocou, ainda. Casos sérios, coisas engraçadas, acontecimentos notáveis, uma porção de elementos novos, sugestões, pode-se rechear à vontade.

                            Tratando-se o casamento como a qualquer negócio: quem lucra e quem perde, as brigas dos sócios, lucros e perdas da família, quais as reservas legais, no quê prestar atenção, do quê tirar cópias, quais as precauções a tomar. Quantos casamentos acabam no primeiro ano, do segundo até o quinto, etc. Há muito a oferecer e confeccionar o programa pode se tornar uma comodidade até que venha a próxima idéia revolucionária.

                            Vitória, segunda-feira, 29 de março de 2004.

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