O Coração do Mundo
Disse a Gabriel na
caminhada: suponha que haja um ciclo para cada produto, digamos café, como todo
mundo sabe que existe, há já bastante tempo. Se olharmos um círculo, que é uma
onda senoidal com seu ritmo próprio, podemos imaginar que esse ciclo tem um
raio que é a caótica, ao acaso, ambiental pressão-de-composição, de criação
daquele coração em especial. Como coração remete a corpo (de que é cognato na
Rede Cognata, veja no Livro 2 A
Construção da Rede e da Grade Signalítica, isto é, corpo = ALMA = CORAÇÃO =
CRIAÇÃO = COMPOSIÇÃO, etc.), então poderemos ver o café como uma pessoa
andando, seu coração próprio batendo a um ritmo determinado, que diz respeito
àquele indivíduo-café. Existiria um indivíduo-prata, um indivíduo-ouro, um
indivíduo-macarrão, todos com corpos, que são seus ambientes constitutivos, e
um círculo ou ciclo ou onda cujo ritmo é dado pelos envolvimentos com os demais
indivíduos, formando famílias-de-produtos, grupos-de-produtos,
empresas-de-produtos entre as PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e
empresas), quer dizer, conjuntos conexos cada vez mais vastos, daí todo um
eco-sistema produtivorganizativo ou socioeconômico. Teríamos a
família-dos-metais, o grupo-dos-materiais, a empresa-extrativa toda, com seu
ritmo conjunto.
O indivíduo-café,
que tem um coração a certo ritmo, tem um corpo constituído pelos consumidores
ou demandantes, e os vendedores ou ofertantes, que fazem consórcio de
alimentação mútua, como num corpo mesmo os órgãos. Vale a pena investigar os
órgãos e suas necessidades de comprar ou vender, pois suas atividades são
conexas. Precisamos de um mapa-do-café, um escritório de observação dele, se
vamos entrar nas atividades especulativas. Observar seu ciclo, os compradores e
os vendedores. Mas precisamos, mais que
tudo, de um escritório capaz de observar TODOS os corpos e corações, a
interação conjunta deles, pois a injeção de sangue monetário significa retirada
de outro. Quando e d’onde tirar e colocar? Seguindo tal ritmo com precisão não
apenas é possível a especulação de primeiro grau, em que o ladrão rouba do
povo, devido à imprevidência deste, mas a de segundo grau, roubar do ladrão e
ter cem anos de perdão; na realidade até especulação de terceiro grau,
colocando escritórios que cedam informações privilegiadas (e, portanto,
controle privilegiado, especial, reservado) a preço muito alto, roubando do que
rouba do ladrão e tendo dez mil anos de perdão. E entregando tudo de volta ao
povo, para coisas elevadas de que ele necessita.
Vitória,
terça-feira, 11 de maio de 2004.
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