O Círculo
do Mundo
No pé da Montanha
Iluminada os atlantes montavam seu circo, diferente dos nossos, que são
pontudos; aqueles eram constituídos de uma cúpula, uma hemisfera representando
um lado do mundo, onde estavam os racionais, os incompletos, os que não sabiam
de tudo - pois o objetivo era gozar das veleidades, dos orgulhos deles mesmos;
a meta era zombar de suas falsas esperanças e expectativas, seus sonhos, as
promessas do mundo, as ilusões. Tudo girava em torno dessa zombaria, vestindo o
rei e a rainha de palhaços.
O
piso era um grande pano circular branco, impoluto, depois pisoteado e
emporcalhado, representando esse processo de sujar a perda da herança recebida
de ELI, Ela/Ele, Natureza/Deus, Alá = ABBA, na Rede Cognata; aquela mesma
miserável renúncia que Adão e Eva tinham feito outrora no distante planeta
(mais de 300 anos-luz do Sol) Paraíso, lá em Canopus. Os trapézios indicavam o
perigo inerente de pular solto no ar, longe da segurança de Deus; a aventura
tresloucada e o aventureirismo, o excesso de aventuras. E cada prática do Circo
geral hoje é mais ou menos representativa dos estados emocionais dos “deuses”,
dos adâmicos expulsos e afastados do convívio de ELI. Eles gozavam uns dos
outros, com autorização e aplauso de Adão e Eva, que com isso rememoravam sua
estupidez e temeridade antigas. O primeiro circo tinha sido montado por eles
para divertimento dos filhos e netos e os seguintes os copiaram. Os
espectadores em volta representavam o antigo Senado Imperial que os induzira ao
pecado, aplaudindo-os e depois rindo à farta de suas bobeiras. Disso,
evidentemente, só restou sombra, arremedo dos dias de hoje.
Porque
naqueles tempos atlantes eles debochavam fortemente, com uma crueldade insana,
uns dos outros. A seguir choravam, depois riam. Mas isso foi antes do tempo em
que começaram a adorar a Deus e a cair na bandalheira. Foi antes de ficarem
compungidos e compenetrados demais, foi antes, quando ainda sabiam rir de si
mesmos e de suas falhas. Quando se tornaram reverentes demais perderam toda
ligação real com ELI. Então começaram a rezar, a humilhar-se, a flagelar-se
idiotamente, substituindo o amor sincero por reverência falsa.
Vitória,
quinta-feira, 06 de maio de 2004.
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