O Bornal do Caçador

 

                            Já vimos pelo Modelo da Caverna que os homens ao saírem para a caça devem retornar com alguma presa, o significado atual sendo que, idealmente, CADA HOMEM deveria TODOS E CADA DIA trazer pelo menos um objeto de presente para a tribo, como as mulheres ao coletarem deveriam trazer sempre alguma coisa. A diferença é que a caça é presa que resiste e é trazida de longe, ao passo que o coletado é passivo e é conseguido perto.

                            Assim, os lugares de embarque (porto, aeroporto, rodoviária, ferroviária – todos e cada um) deveriam ter lojas multiplartidas.

AS LOJAS DOS PONTOS DE EMBARQUE (e desembarque, está claro)

·        LOJAS DE MULHERES (as mulheres coletam em qualquer lugar, a qualquer tempo, por todo motivo ou sem nenhum);

·        LOJAS DE HOMENS:

1.       Lojas de saída;

2.      Lojas de chegada.

Na saída o homem é caçador que teoricamente pode ir muito longe e deve se poupar; porisso ele não pode levar mais do que couber num bornal, num saco pequeno isto é, só o estritamente necessário, o indispensável. Ao ir ele não estará levando presente para ninguém, a menos que lá o espere outra família (levar presente é indicação disso). Lá longe, sim, potencialmente estará a caça a ser aprisionada, porisso no lugar distante e estrangeiro deve haver lojas de chegada lá, pois o homem estará aprisionando a caça que levará de volta à tribo. E ao voltar também, mas neste caso lojas perto de casa são lojas de perdedores, como viu Gabriel, ele quis dizer, daqueles que não conseguiram lá onde deveriam ter pegado e são obrigados a colher qualquer coisa próxima, como uma fêmea, indicação  segura de falta de masculinidade. Assim, nas lojas de chegada aqui os homens comprarão só se não tiverem conseguido nada lá ou se tiverem se esquecido ou tiverem voltado de mãos abanando. Comprarão, sim, para si, uísque e essas coisas de autoconsumo, mas não para as mulheres e as crianças. Assim sendo, na mala-bornel os homens levarão o mínimo e uma segunda mala dobrada que voltará carregada.

Vitória, terça-feira, 11 de maio de 2004.