Maximização dos
Lucros
Há essa idéia de
maximiz/ação (ato permanente de maximizar, tornar máximo os) dos lucros, que
devemos analisar.
MAXIMIZAÇÃO
DOS LUCROS (para
quem? São dois superconjuntos, de PESSOAS e de AMBIENTES)
·
MAXIMIZAÇÃO PESSOAL:
1. Maximização individual (é realizada desconsiderando
todo o resto, que fica a pagar, quer dizer, os demais conjuntos herdam os
prejuízos presentes e futuros. Brincadeira é quando os dois lados riem; gozação
é quando só um lado ri, deixando rastro de ódio – que é o custo da zombaria);
2. Maximização familiar (jogar o lixo
“para fora de casa” ainda é dentro do mundo);
3. Maximização grupal (o filme que leva o
Oscar deixa todos os outros sem);
4. Maximização empresarial (se a
maximização não é geral, em todos os níveis, há um custo embutido que será pago
por um ou vários dos conjuntos).
·
MAXIMIZAÇÃO AMBIENTAL:
1. Maximização urbana/municipal (usar
terreno do município vizinho para os lixões, ditos “aterros sanitários”, apenas
coloca o problema no terreno dos outros);
2. Maximização estadual (a “guerra
tributária”, que é dar o que não é seu, compromete o futuro de algum povo;
quando todos estão dando todos estamos perdendo);
3. Maximização nacional (a República de
Weimar, Alemanha pré-Segunda Guerra Mundial, pagou, mas depois cobrou da França
e da Inglaterra);
4. Maximização mundial (se a Terra envia
satélites ao espaço sem controle, algum dia eles cairão, não apenas sobre nós
como também sobre os outros planetas – a liberdade de ir deveria significar a
liberdade de vir com segurança).
Em resumo, a pergunta sobre o que é
maximização não deveria ser respondida de forma trivial, desse jeito que os
capitalistas antigos de visão curta vêm respondendo. Fazê-lo desse modo, como
tem sido feito até agoraqui (mesmo depois dos relatórios sobre danos ecológicos
“aceitáveis” ou “colaterais”, chamados “relatórios de impacto ambiental” – RIA,
se quiser) é insuficiente, é daninho, é inconseqüente e pode danar o nosso
futuro. É preciso ir mais alto, mas largo, mais profundo, perguntar mais e
responder melhor o que é realmente “maximizar os lucros”. Deveria sê-lo em
todas as instâncias, em todos os níveis, tanto pessoais quanto ambientais. Os
pesquisadores deveriam fazer livros mostrando como a apropriação unilateral dos
lucros tem gerado custos pagos por todos, citando os casos mais flagrantes.
Quando empresas dizem estar
“maximizando os lucros” podem estar simplesmente querendo dizer que ficam com
os lucros e nós com os prejuízos, o que já foi chamado de “maximização dos
lucros e socialização dos prejuízos”. Nós estamos tendo de pagar esses lucros canalhas
das empresas. Bom para elas e muito ruim para nós.
Vitória, terça-feira, 08 de junho de
2004.
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