segunda-feira, 26 de junho de 2017


Maximização dos Lucros

 

                            Há essa idéia de maximiz/ação (ato permanente de maximizar, tornar máximo os) dos lucros, que devemos analisar.

MAXIMIZAÇÃO DOS LUCROS (para quem? São dois superconjuntos, de PESSOAS e de AMBIENTES)

·        MAXIMIZAÇÃO PESSOAL:

1.       Maximização individual (é realizada desconsiderando todo o resto, que fica a pagar, quer dizer, os demais conjuntos herdam os prejuízos presentes e futuros. Brincadeira é quando os dois lados riem; gozação é quando só um lado ri, deixando rastro de ódio – que é o custo da zombaria);

2.      Maximização familiar (jogar o lixo “para fora de casa” ainda é dentro do mundo);

3.      Maximização grupal (o filme que leva o Oscar deixa todos os outros sem);

4.     Maximização empresarial (se a maximização não é geral, em todos os níveis, há um custo embutido que será pago por um ou vários dos conjuntos).

·        MAXIMIZAÇÃO AMBIENTAL:

1.       Maximização urbana/municipal (usar terreno do município vizinho para os lixões, ditos “aterros sanitários”, apenas coloca o problema no terreno dos outros);

2.      Maximização estadual (a “guerra tributária”, que é dar o que não é seu, compromete o futuro de algum povo; quando todos estão dando todos estamos perdendo);

3.      Maximização nacional (a República de Weimar, Alemanha pré-Segunda Guerra Mundial, pagou, mas depois cobrou da França e da Inglaterra);

4.     Maximização mundial (se a Terra envia satélites ao espaço sem controle, algum dia eles cairão, não apenas sobre nós como também sobre os outros planetas – a liberdade de ir deveria significar a liberdade de vir com segurança).

Em resumo, a pergunta sobre o que é maximização não deveria ser respondida de forma trivial, desse jeito que os capitalistas antigos de visão curta vêm respondendo. Fazê-lo desse modo, como tem sido feito até agoraqui (mesmo depois dos relatórios sobre danos ecológicos “aceitáveis” ou “colaterais”, chamados “relatórios de impacto ambiental” – RIA, se quiser) é insuficiente, é daninho, é inconseqüente e pode danar o nosso futuro. É preciso ir mais alto, mas largo, mais profundo, perguntar mais e responder melhor o que é realmente “maximizar os lucros”. Deveria sê-lo em todas as instâncias, em todos os níveis, tanto pessoais quanto ambientais. Os pesquisadores deveriam fazer livros mostrando como a apropriação unilateral dos lucros tem gerado custos pagos por todos, citando os casos mais flagrantes.

Quando empresas dizem estar “maximizando os lucros” podem estar simplesmente querendo dizer que ficam com os lucros e nós com os prejuízos, o que já foi chamado de “maximização dos lucros e socialização dos prejuízos”. Nós estamos tendo de pagar esses lucros canalhas das empresas. Bom para elas e muito ruim para nós.

Vitória, terça-feira, 08 de junho de 2004.

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