Manual da Morte
Os egípcios antigos
eram sombriamente preocupados com a morte, ela estava em toda parte, inclusive
da tentativa infrutífera dos faraós de subsistirem (isso, como coloquei em Alfa Ômega, deve ter sido a continuação
ou prosseguimento decadente de tecnociência alienígena) nas mumificações (que
só por retirar os órgãos e o cérebro prepararia o contrário do que desejavam,
ficando só o menos importante, como pele, músculos e ossos).
Só para começar, não
estou falando disso, de modo nenhum.
Contudo, a morte
atual, neste mundo extraordinariamente complexo, é extremamente complexa
também, é disparatadamente complicada, porque não é mais apenas rompimento físico-químico,
tem dimensões superiores, que vão do biológico-p.2 ao dialógico e à língua.
É TUDO ISSO QUE MORRE NO INDIVÍDUO
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MACROPIRÂMIDE
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N.5, natureza cinco
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22
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Pluriverso
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p.6
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DEUS
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21
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Universos
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Máximos controladores.
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20
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Superaglomerados
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Dialógica
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H7
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19
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Aglomerados
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H6
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N.4, natureza quatro
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18
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Galáxias
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p.5
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H5
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17
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Constelações
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H4
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16
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Sistemas estelares
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Cosmologia
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H3
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15
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Planetas
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H2
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MESOPIRÂMIDE
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N.3, natureza três
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15
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Mundos: TERRA AGORAQUI.
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p.4
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Humanidade
= H1.
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14
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Nações
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13
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Estados
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Informática
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12
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Cidades-municípios
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N.2, natureza dois
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11
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Empresas
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p.3
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10
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Grupos
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09
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Famílias
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Psicologia
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08
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Indivíduos
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MICROPIRÂMIDE
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N.1, natureza um
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08
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Corpomentes
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p.2
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07
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Órgãos
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-1
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06
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Células
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Biologia
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-2
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05
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ADRN-replicadores
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-3
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N.0, natureza zero
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04
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Moléculas
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Química
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-4
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03
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Átomos
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-5
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02
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Subcampartículas (10-18 m)
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Física (17 degraus).
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-6
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01
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CAMPARTÍCULA
FUNDAMENTAL.
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Nas escolas e nos lares a morte é assunto
proibido, sacramentando como o silêncio, como era antes o câncer, há 60 e até há
30 anos, agora mais falado.
Evitando falar da morte, não a evitamos.
TUDO MORRE UM POUCO
QUANDO MORRE O INDIVÍDUO (só os indivíduos
morrem realmente)
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MORREM OS
AMBIENTES.
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Mundos morrem um pouco.
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Nações morrem um pouco.
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Estados morrem um pouco.
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Cidades-municípios morrem um pouco.
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MORREM AS PESSOAS.
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Empresas morrem um pouco.
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Grupos morrem um pouco.
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Famílias morrem um pouco.
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Indivíduos são os únicos que morrem
realmente.
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Porém, a morte individual atual é composta de
várias seções: preocupações com seguro de vida (de morte, fica para os que
ficam), processo de enterro, cuidados com os que ficam (casa a herdar, se
houver, propriedades a pré ou pós distribuir, cuidados com os livros para não
serem vendidos a preço de banana podre pelos filhos e filhas, apreensão do
marido com a esposa, dívidas porventura existentes, ações na Justiça, posses
como ações, apartamentos, casas, o que for, atenção para o gato ou o cachorro ou qualquer
animal doméstico), um mundo de coisas que deveriam caber num livro ou pelo
menos num caderno de instruções, porque a maioria é desatenta ou não quer
pensar em sucumbir, passar pela suprema derrota. Há o pagamento do féretro, a prestação
eterna da tumba, a campa ou catacumba, o caixão, todas essas chatices da
existência humana (mas que faz tanto sentido para quem permanece).
Ninguém nos instrui e poucos são aqueles capazes
de enfrentar racionalmente o “passamento” (como se você meramente atravessasse uma
porta). Não há Escola da Morte, nem Manual da Morte que nos ensine os
procedimentos na iminência da morte ou na velhice (não faria muito sentido para
os muitos jovens, como não o faria ir para o bar com uma lista de preocupações no
caminho de lá ou no retorno). Há o manual hindu Kama Sutra sobre o sexo, porém
nada sobre o fim da vida.
Penso que deveria haver.
Não seria coisa governamental, quase tudo que
os governos colocam as mãos acabam por minguar.
Vitória, quarta-feira, 14 de junho de 2017.
GAVA.
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