Enciclopédia
do Sucesso
Geralmente fazem
biografias, que como já mostrei podem comportar erros de dois modos: 1) de fora
para dentro, de quem vê, erros de julgamento; 2) de dentro para fora, de quem
viveu, autofavorecimento, enobrecimento indevido. Fixam-se na PESSOA (em geral
no indivíduo; às vezes, raramente, estendem à família, grupo, empresa). Falam
de sua geo-história ou espaço tempo: por onde andou e de quando a quando,
começo e fim. Descrevem a figura, mas não muito, também; não são cuidadosos com
a Psicologia (figuras ou psicanálises, objetivos ou psico-sínteses, produções
ou economias, organizações ou sociologias, espaçotempos ou geo-histórias), como
também já disse.
Não
observam os contrastes.
O
que os outros faziam de igual que esse, diferente, contrastou a ponto de
encontrar um caminho de pouca resistência que foi dar num grande veio de
aproveitamento? Que novidades apresentou? Que soluções distintas e inovadoras
apresentou? Que audácias teve de ter para romper adiante? Se todas as empresas
faziam grandes carros até 1973, que razão nacional levou o Japão enquanto
cultura a proceder diferentemente e fazer carros pequenos, considerados então
pura asneira, coisa de pobres e atrasados?
Mas
sucesso é fazer diferente? Não, obviamente não, pelo menos em termos de
produto, que pode ser o mesmo com uma organização distinta. O caso do Wal Mart
é esse: eles vendem o que todos vendem (não na mesma quantidade nem tantos
itens, mas estes existem nos outros lugares, embora em muitos), apenas a
maneira de lidar é diversa.
A
pergunta ilustradora, iluminadora, deveria ser esta: o que em tanto repetição
contrasta? Pois não queremos fazer a mesma coisa, até porque alguém já fez
antes; queremos OUSAR fazer separado da manada. E é isso que se está ensinando
nas fórmulas de sucesso – ousadia. Também demorei muito, pensando como quase
todos, a perceber que o que estamos buscando aprender ao ler as biografias é
encontrar esse tônus, essa rigidez muscular mental que leva ao sucesso. As
biografias deveriam se concentrar nisso e perguntar finalmente (que é o que
interessa à coletividade): de onde veio aquela extraordinária resistência,
quando em volta todos afrouxavam?
Vitória,
sexta-feira, 30 de abril de 2004.
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