domingo, 11 de junho de 2017


Edifícios Orgânicos de Gaudi


 

                            Antonio Gaudi foi arquiteto espanhol (1852 a 1926, 74 anos entre datas) que inovou bastante, de forma surpreendente, ainda mais porque olhando através das lentes da minha tese do ANTICUBO de arquiengenharia, veremos que as retas, indicando futuro apressado, não precisam dominar tudo, devendo pela idéia de soma zero 50/50 dos pares polares opostos/complementares ser somente 50 %, no máximo, ficando os outros 50 % (atualmente desprestigiados) para o lado das curvas.

                            Já falei em Fachadas Curvilíneas Totais (veja Livro 66) que tudo poderia ser também redondinho, na composição dos pólos oblongas, retas-redondas, de modo a haver espaçotempo mais lento para as emoções, não houvesse tão obsessivamente razão para tudo, o que, sendo compulsivo e obrigatório, leva a angústias, ansiedades, aflições.

                            Assim, poderíamos passar a edifícios orgânicos, que chamaríamos edifícios-Gaudí ou apenas Gaudí em homenagem a ele. Podem ser redondos e podem admitir árvores, fundos, flores, regatos, animais – sendo uma construção integrada, revertida à segunda natureza onde estivemos inseridos como primatas 100 milhões de anos, como hominídeos 10 milhões e como sapiens 100, 50 ou 35 mil anos. Uma porção acima do solo, os solarium, dando vista para a luz e pele para o calor, e os terrarium, existindo abaixo do solo todas as facilidades esperadas, como academias de ginásticas, clubes, passeios, aquários subterrâneos, tocas para bichos, cinemas, lojas, o que fosse. Um prédio de serviços para moradia. Acima mais passeios e o prédio inserido como se fosse uma coisa viva em outra coisa viva. Com o tempo e o aparecimento de mais exemplares, com a desconstrução dos antigos e ofensivos prédios-retos, eles constituiriam uma paisagem completamente harmônica e feliz. Olhando-se as paisagens veríamos como que uma série de colinas se estendendo até o horizonte, as ruas sendo as paisagens gramadas entre os prédios. Seria uma outra qualidade de vida, voltada para o prazer, tanto quanto para a expansão. Teríamos cidades-orgânicas, estados-orgânicos, nações-orgânicas até. Viveríamos intimamente ligados à Natureza anterior à psicológica, a nossa, que trouxe as linhas retas obsessivas.

                            Vitória, segunda-feira, 19 de abril de 2004.

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