Edifícios
Orgânicos de Gaudi
Antonio Gaudi foi
arquiteto espanhol (1852 a 1926, 74 anos entre datas) que inovou bastante, de
forma surpreendente, ainda mais porque olhando através das lentes da minha tese
do ANTICUBO de arquiengenharia, veremos que as retas, indicando futuro apressado,
não precisam dominar tudo, devendo pela idéia de soma zero 50/50 dos pares
polares opostos/complementares ser somente 50 %, no máximo, ficando os outros
50 % (atualmente desprestigiados) para o lado das curvas.
Já falei em Fachadas
Curvilíneas Totais (veja Livro 66) que tudo poderia ser também redondinho,
na composição dos pólos oblongas, retas-redondas, de modo a haver espaçotempo
mais lento para as emoções, não houvesse tão obsessivamente razão para tudo, o
que, sendo compulsivo e obrigatório, leva a angústias, ansiedades, aflições.
Assim, poderíamos
passar a edifícios orgânicos, que chamaríamos edifícios-Gaudí ou apenas Gaudí
em homenagem a ele. Podem ser redondos e podem admitir árvores, fundos, flores,
regatos, animais – sendo uma construção integrada, revertida à segunda natureza
onde estivemos inseridos como primatas 100 milhões de anos, como hominídeos 10
milhões e como sapiens 100, 50 ou 35 mil anos. Uma porção acima do solo, os
solarium, dando vista para a luz e pele para o calor, e os terrarium, existindo
abaixo do solo todas as facilidades esperadas, como academias de ginásticas,
clubes, passeios, aquários subterrâneos, tocas para bichos, cinemas, lojas, o
que fosse. Um prédio de serviços para moradia. Acima mais passeios e o prédio
inserido como se fosse uma coisa viva em outra coisa viva. Com o tempo e o
aparecimento de mais exemplares, com a desconstrução dos antigos e ofensivos
prédios-retos, eles constituiriam uma paisagem completamente harmônica e feliz.
Olhando-se as paisagens veríamos como que uma série de colinas se estendendo
até o horizonte, as ruas sendo as paisagens gramadas entre os prédios. Seria
uma outra qualidade de vida, voltada para o prazer, tanto quanto para a
expansão. Teríamos cidades-orgânicas, estados-orgânicos, nações-orgânicas até.
Viveríamos intimamente ligados à Natureza anterior à psicológica, a nossa, que
trouxe as linhas retas obsessivas.
Vitória,
segunda-feira, 19 de abril de 2004.
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