ECF
como Retrato Socioeconômico
Emissor
de Cupom Fiscal, que veio a ser o nome do que imaginei em 1988 como Máquina
Itemizadora e entreguei a Penha Feu Rosa na legislatura de 1989, tornando-se
depois esse sistema geral. O objetivo era fazer um desenho tridimensional de
todos os movimentos dentro das leis fiscais do ICMS.
O
ECF teria o objetivo primordial de colocar um zero, listando todas as
movimentações, a partir daí - o que sai realmente de onde e vai para onde, quem
consome o quê, o ritmo de apropriação da riqueza, os índices de consumo por
classes, por família, grupo e empresa, os pólos consumidores e produtores -,
tendo conseqüências extraordinárias, absolutamente fantásticas para a
retratação da Economia (agropecuária/extrativismo, indústrias, comércio,
serviços e bancos) e da Sociologia gerais. Ora, as secretarias de Fazenda nada
entenderam, retardaram com suas consciências minúsculas e compromissadas com a
podridão a chance de fazer algo de fato novo e revolucionário.
Como
o ICMS é estadual, de fundo nacional - o que já mostrei desde 1988 nas chamadas
15 Teses de Belém - ele poderia demarcar toda a existência do Brasil, dos
estados, das cidades/municípios verificando a cada instante o que estaria
saindo e o que estaria chegando, o ritmo de consumo, tudo mesmo, com total
seriedade coletiva e particular. O compromisso das elites com a vagabundagem
acabou por bombardear a iniciativa. Isso é que significa ser pobre,
subdesenvolvido, de terceiro mundo: as consciências são terceiras, faltando
dois passos ou níveis para serem primeiras consciências. Elas nunca conseguem
perceber toda a realidade.
Ser
terceiro é ter terceira-condição em tudo: pobreza racional, pobreza emocional,
pobreza de percepção, pobreza de inteligência, pobreza de alcance. É ser vagão,
não locomotiva, é ser puxado EM TUDO. É desconfiar de suas iniciativas, a menos
que sejam adotadas antes fora e voltem valorizadas como dos outros. É preciso
que outras consciências validem, antes de ser admitido internamente. Há medo
dos outros e de si mesmo. Há medo de assumir independências. Há covardia.
Nenhuma iniciativa se faz sem consultar milhões de consciências ultrapassadas.
É assim, não há jeito até acontecer alguma grande revolução.
Vitória,
segunda-feira, 17 de Maio de 2004.
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