quinta-feira, 8 de junho de 2017


Diz-cionário

 

                            O problema de achar uma palavra no dicionário é que a primeira letra tem, de A até Z (contando KYW) 26 escolhas, a segunda 26, a terceira 26 e isso vai irritando. A opção é digitar a palavra, o que não serve para os analfabetos e toma tempo dos alfabetizados.

                            O quente mesmo seria um dicionário com o qual pudéssemos conversar. Não apenas pedir a PALAVRA, mas literalmente conversar mesmo, embora a princípio de forma restrita. Do jeito que as memórias estão disparando para tamanhos cada vez maiores, se um computador inteiro (80 gigas) pudesse ser comprimido numa pastilha e toda a máquina num notebook (agenda), num palmhand (palma-da-mão) com o qual falássemos, quem fizesse isso estaria rico pelos séculos a fora.

                            Porque o modelo, como já apontei, refere que na soma 50/50 dos pares polares opostos/complementares o forçamento para que todos sejam alfabetizados é eminentemente errado, devendo haver retorno no ciclo – muitos não quererão ser alfabetizados e dos que são muitos optarão por não ser mais, por não usar a capacidade de ler. E, como eu já disse, deveria ser um dicionárienciclopédico, dando a PALAVRA + a IMAGEM, a palavrimagem, PAL/I, só que agora, em vez de digitar, falando. Se houvesse conflito entre a palavra, tal como a pessoa a disse, e a imagem, ela iria pulando até chegar à imagem correta (para evitar as homofonias), o computador aprendendo as entonações, colando-se às do usuário. Aquele seria SEU programáquina, especificamente seu e de mais ninguém. Com o tempo essa correspondência biunívoca daria depois da resposta estatística com mútua adequação, extrema fidelidade. A pessoa falaria, apareceria a imagem, se fosse aquilo mesmo que ela queria teclaria em cima e a máquina daria escrito (para os que sabem ler) ou falaria (para os que não sabem) as correspondências. Como os programas de identificação de voz já vão bem adiantados, seria um salto formidável: cada ser humano (menos os bebês de colo) carregaria o seu (são aí pelo menos uns cinco bilhões de clientes potenciais, vezes 100 a 1 000 dólares, 500 a 5 000 bilhões, uns 2 250 bilhões trocáveis de três em três anos para 20 % de ricos e médios-altos, muito melhor que telefonia celular).

                            Enfim, é uma dessas coisas formidáveis que podem estar no futuro e que é uma pena não terem estado no passado.

                            Vitória, sexta-feira, 09 de abril de 2004.

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