Cristo e as
Desculpas dos Empresários
Já disse que Cristo
fechou progressivamente o fosso que existia entre as elites e os povos, mas no
Brasil, apesar das declarações formais, isso foi menos efetivo.
Os
empresários brasileiros estão sempre falando em “custo Brasil”, supostamente a
cruz que carregam em tributos e ineficiências do Estado geral. Em primeiro
lugar os tributos o povo é que paga e as ineficiências são toleradas porque
rendem muito por debaixo dos panos, às escondidas, nos conchavos de sempre. Já
comentei muito isso. Depois que Reagan entrou nos EUA ele baixou
sistematicamente os impostos, o que continuou com os governos seguintes de lá,
até este Frankenstein Jr, o Bush da vez. No Brasil, como no resto do mundo,
seguiram a doutrina reaganiana. Particularmente, com o fim da desastrada União
Soviética em 1991, seguiram-se maiores liberdades das burguesias nacionais,
como eu havia previsto que aconteceria com o fim da flecha vermelha. Eles já
não têm mais medo de nada e vão se apoderando AINDA MAIS de quase tudo, a ponto
de o 1,0 % dono de 13 % da renda brasileira ter se reduzido a 0,6 %, quase
dobrando a concentração.
Em
lugar de pensarem no desenvolvimento para todos, pensam só para si, contrários
à mensagem de Cristo, acumulando todos aqueles problemas brasileiros que os
colombianos juntaram a ponto de darem nas FARC (Forças Armadas Revolucionárias
da Colômbia, creio), essa Cocalômbia que surgiu. Aquele Brasil do futuro em
guerra (lembrança para vocês, empresários safados de então), foi plantado
agora, um pouco antes e um pouco depois.
Está
bem claro que o desenvolvimento vem do alargamento das esperanças e
expectativas de crescimento e melhoramento. Se sempre houver dois brasís, um
das elites superexploradoras e outro do povo, não haverá crescimento acelerado.
Tão simples quanto isso.
Eles
só reclamam continuamente privilégios, facilidades, mordomias, contratos
leoninos, supervantagens, benesses, como se estivessem sempre sofrendo. Porque
um milhão sempre será mais que mil e então quem tem quer ter cada vez mais,
mais cedo, gerando esse processo de enriquecimento disparatado e esmagador das
esperanças dos empobrecidos.
Vitória,
segunda-feira, 26 de abril de 2004.
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