Brasileirinho
de Bolso ou Como Ser Brasileiro sem Ser Enganado
Desde creio que 2000
venho pensando no Brasileirinho de Bolso, um livro que depois - junto com o
dicionário popular, agora D/800 – imaginei que terá proporções áureas de 13 cm
x 8 cm e será lido com o comprimento na horizontal. Se o D/800 visa dar ao povo
uma língua mínima da qual tenha total convicção e que lhe baste, dentro do
enquadramento do modelo, para todo tipo de procedimento, o BB tem outra
finalidade, a de preparar os trabalhadores-operários para o enfrentamento com a
burguesia em torno de seus direitos inalienáveis anunciados e o avanço para
novas conquistas.
Devemos citar todos
os trambiques, dos juros altos às mutretas ligadas ao pagamento das dívidas
interna e externas, o desvio de verbas, os caixinhas, a defesa do consumidor
(com o endereço de todos os PROCOM’S), endereços reais e virtuais das
seccionais da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), do CRM (Conselho Regional de
Medicina), dos governos (federal, estadual e municipal/urbano), do IBAMA, das
ONG’s (organizações não-governamentais), de todo tipo de órgão de defesa
popular. Mostrar na constituição as passagens mais importantes (que poderíamos
chamar CONSTITUIÇÃO DO OPERÁRIO) e centenas de coisas que irão constituir
escudo e lança do operariado brasileiro em seu progresso e desenvolvimento
futuro. Lazer, proteção no trabalho, saúde, família, tudo que diga respeito ao
proletariado, inclusive sindicatos, explicação da Carteira do Trabalho e do SUS
(Sistema Único de Saúde), do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social).
Existem, digamos
(para ficar fácil fazer as contas), 60 milhões de trabalhadores e se cada livro
custar 30 reais serão 1,8 bilhão de reais, de que os nossos 10 % constituiriam
180 milhões, dinheiro que empregaremos para expandir o sistema, levando-o a
outros países, contratando lá gente engajada na causa do trabalhador, montando
escritórios, realizando as pesquisas e publicação, por exemplo, do Paraguaio
de Bolso ou Como Ser Paraguaio Sem Ser Enganado, e assim por diante.
O “bolso” aí
refere-se tanto à portabilidade, de poder carregar diariamente como um
almanaque no bolso da calça ou da camisa (ou em bolsa de mulher) quanto à
enganação que rola por aí, referindo-se aos muitos golpes que são aplicados
pelos espertos de plantão.
Vitória,
quarta-feira, 28 de abril de 2004.
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