terça-feira, 13 de junho de 2017


Brasileirinho de Bolso ou Como Ser Brasileiro sem Ser Enganado


 

                            Desde creio que 2000 venho pensando no Brasileirinho de Bolso, um livro que depois - junto com o dicionário popular, agora D/800 – imaginei que terá proporções áureas de 13 cm x 8 cm e será lido com o comprimento na horizontal. Se o D/800 visa dar ao povo uma língua mínima da qual tenha total convicção e que lhe baste, dentro do enquadramento do modelo, para todo tipo de procedimento, o BB tem outra finalidade, a de preparar os trabalhadores-operários para o enfrentamento com a burguesia em torno de seus direitos inalienáveis anunciados e o avanço para novas conquistas.

                            Devemos citar todos os trambiques, dos juros altos às mutretas ligadas ao pagamento das dívidas interna e externas, o desvio de verbas, os caixinhas, a defesa do consumidor (com o endereço de todos os PROCOM’S), endereços reais e virtuais das seccionais da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), do CRM (Conselho Regional de Medicina), dos governos (federal, estadual e municipal/urbano), do IBAMA, das ONG’s (organizações não-governamentais), de todo tipo de órgão de defesa popular. Mostrar na constituição as passagens mais importantes (que poderíamos chamar CONSTITUIÇÃO DO OPERÁRIO) e centenas de coisas que irão constituir escudo e lança do operariado brasileiro em seu progresso e desenvolvimento futuro. Lazer, proteção no trabalho, saúde, família, tudo que diga respeito ao proletariado, inclusive sindicatos, explicação da Carteira do Trabalho e do SUS (Sistema Único de Saúde), do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social).

                            Existem, digamos (para ficar fácil fazer as contas), 60 milhões de trabalhadores e se cada livro custar 30 reais serão 1,8 bilhão de reais, de que os nossos 10 % constituiriam 180 milhões, dinheiro que empregaremos para expandir o sistema, levando-o a outros países, contratando lá gente engajada na causa do trabalhador, montando escritórios, realizando as pesquisas e publicação, por exemplo, do Paraguaio de Bolso ou Como Ser Paraguaio Sem Ser Enganado, e assim por diante.

                            O “bolso” aí refere-se tanto à portabilidade, de poder carregar diariamente como um almanaque no bolso da calça ou da camisa (ou em bolsa de mulher) quanto à enganação que rola por aí, referindo-se aos muitos golpes que são aplicados pelos espertos de plantão.

                            Vitória, quarta-feira, 28 de abril de 2004.

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