domingo, 11 de junho de 2017


Aptdown

 

                            Porque os antigamente chamados mongolóides ou “débeis mentais”, agora “portadores de Síndrome de Down” sobreviveram? Que utilidade tem para o mundo, cruamente perguntando? Devem ter alguma, a Natureza não dá ponto sem nó, não faz furo n’água, mas nós não sabemos qual é. Por quê homens e mulheres chegam à idade adulta, se casam e continuam produzindo-os? Devem ter alguma utilidade para os projetos de Deus e da Natureza, mas não atinamos com ela. Podem e devem ser amados, como qualquer um, mas se fizermos essa pergunta fria obteremos dois resultados: 1) veremos que devem ter alguma utilidade e iremos pesquisar mais profundamente qual; 2) poderemos ver que o conceito de aptidão, como já mostrei em Sobrevivência de Médias, neste Livro 78, está em sérios apuros, a ponto de soçobrar, de naufragar no mar das inutilidades.

                            Pois é preciso que as crianças portadoras do gene atinjam a idade adulta (e não são os portadores evidentes da Síndrome e sim os que ocultam o gene em sua face corriqueira de dotados; o nome “portadores”, que parece mais correto, pode chamar atenção justamente para isso – que os portadores verdadeiros são os que NÃO PARECEM SÊ-LO), acasalem, tenham filhos e passem adiante o gene de minoridade mental (este seria um nome muito mais adequado). Mas que valor de sobrevivência SUPERIOR a deficiência comporta a ponto de tornar seus portadores MAIS APTOS no jogo-papel da sobrevivência? Porque o gene deveria dotar seus portadores de alguma facilidade implícita que leva ao futuro, que dá sobreforça aos demais genes para fazerem a arriscada travessia até o futuro.

                            E qual seria essa que chamarei (a-aptidão-dos-down) APTDOWN? O que nesses genes confere futuro? Por quê os down sobre-vivem? Raramente tem filhos, porisso não depende mesmo deles; mas outros, que parecem “normais”, os têm e tem-nos DOWN novamente, conservando teimosamente o gene para os projetos da Natureza. Tanto esforço para levar esses genes ao futuro, a ponto de disfarçá-los em gente “normal” é no mínimo intrigante.

                            Por quê aleijões, doenças, dificuldade de pensar vem nos acompanhando? Porque dizer que são “defeitos” que se manifestam ao acaso é insatisfatório, dado que pelo darwinismo só os “mais aptos”, quer dizer, sem defeitos, deveriam sobre-viver, chegar ao futuro, digamos o agoraqui.

                            Vitória, quinta-feira, 29 de abril de 2004.

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