Aptdown
Porque os
antigamente chamados mongolóides ou “débeis mentais”, agora “portadores de
Síndrome de Down” sobreviveram? Que utilidade tem para o mundo, cruamente
perguntando? Devem ter alguma, a Natureza não dá ponto sem nó, não faz furo
n’água, mas nós não sabemos qual é. Por quê homens e mulheres chegam à idade
adulta, se casam e continuam produzindo-os? Devem ter alguma utilidade para os
projetos de Deus e da Natureza, mas não atinamos com ela. Podem e devem ser
amados, como qualquer um, mas se fizermos essa pergunta fria obteremos dois
resultados: 1) veremos que devem ter alguma utilidade e iremos pesquisar mais
profundamente qual; 2) poderemos ver que o conceito de aptidão, como já mostrei
em Sobrevivência de Médias, neste
Livro 78, está em sérios apuros, a ponto de soçobrar, de naufragar no mar das
inutilidades.
Pois é preciso que
as crianças portadoras do gene atinjam a idade adulta (e não são os portadores
evidentes da Síndrome e sim os que ocultam o gene em sua face corriqueira de
dotados; o nome “portadores”, que parece mais correto, pode chamar atenção
justamente para isso – que os portadores verdadeiros são os que NÃO PARECEM
SÊ-LO), acasalem, tenham filhos e passem adiante o gene de minoridade mental (este
seria um nome muito mais adequado). Mas que valor de sobrevivência SUPERIOR a
deficiência comporta a ponto de tornar seus portadores MAIS APTOS no jogo-papel
da sobrevivência? Porque o gene deveria dotar seus portadores de alguma
facilidade implícita que leva ao futuro, que dá sobreforça aos demais genes
para fazerem a arriscada travessia até o futuro.
E qual seria essa
que chamarei (a-aptidão-dos-down) APTDOWN? O que nesses genes confere futuro?
Por quê os down sobre-vivem? Raramente tem filhos, porisso não depende mesmo deles;
mas outros, que parecem “normais”, os têm e tem-nos DOWN novamente, conservando
teimosamente o gene para os projetos da Natureza. Tanto esforço para levar
esses genes ao futuro, a ponto de disfarçá-los em gente “normal” é no mínimo
intrigante.
Por quê aleijões,
doenças, dificuldade de pensar vem nos acompanhando? Porque dizer que são
“defeitos” que se manifestam ao acaso é insatisfatório, dado que pelo
darwinismo só os “mais aptos”, quer dizer, sem defeitos, deveriam sobre-viver,
chegar ao futuro, digamos o agoraqui.
Vitória,
quinta-feira, 29 de abril de 2004.
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