segunda-feira, 5 de junho de 2017


Aproveitando Todo Minutinho


 

                            Como já disse, em relação a ler aproveitei todo minuto em que não estava cansado demais para ler em ônibus, no banheiro, no serviço (no posto fiscal, enquanto esperamos os motoristas chegarem com as notas sobra um tempinho), em qualquer lugar e tempo.

                            Para escrever também, em casa e no serviço, com os chefes olhando por cima do ombro para nos flagrarem. Por quê é assim? Eles sentem essa necessidade de tolher, de embaraçar, de bloquear, de dificultar, de obstaculizar, de impedir. A burocracia é mesmo uma merda. Se o fulano está fazendo esforço de ler ou de escrever ou de qualquer outro teor, inclusive olhar pela Internet, sem deixar decair a qualidade do serviço, o que nisso haveria de ruim? Como as empresas que tratavam os funcionários a ferro e fogo versus as que hoje permitem que durmam a sesta depois do almoço, até colocando colchões em lugares preparados para descanso, o que no passado teria soado como heresia.

                            Acho que deveria ser iniciado um movimento para justamente sermos do modo contrário, uma doutrinação das chefias cabeças-duras de modo a abrandá-las. Os chefes mesmo se sentem ameaçados por outros na hierarquia, de modo que os governadores e presidentes é que deveriam dar ordens para o tempo ser mais bem aproveitado, a todo instante, a todo minuto franqueando-se a entrada nos sítios de Internet (mas não nos de sexo, porque ninguém quer bandalheira). Ora, sob todo ponto de vista o tempo das pessoas é muito precioso, cada segundo significando uma construção que vem de 15 bilhões de anos, na Terra a Vida tendo 3,8 bilhões de anos de operações as mais tortuosas para se manter e prosperar. Cada segundo de cada ser vivo vale muito: como tolerar os desperdícios? As chefias, no capitalismo como em tudo do passado humano, são estúpidas. A falta de imaginação delas comprime, achata, acachapa as possibilidades. Não me canso de detestar as chefias, sou anarco-comunista.

                            Os governempresas deveriam desenvolver em seminários essa nova postura de modificar os índices de permissão: no quê realmente taxas maiores dela prejudicariam os serviços ou decairiam em permissividade?

                            Vitória, quarta-feira, 07 de abril de 2004.

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