A
Inteligência Menor
Num desses
programas-documentários viajaram não sei quantos milhares de quilômetros pela
Amazônia para observar o peixe-boi da lá, o único de água doce, ameaçado de
extinção depois de ter sido mais recentemente por 500 anos caçado aos milhares.
Não
há na imensa variação do universo nenhum que seja igual, não há no sistema
solar nenhum sequer semelhante aos peixes-boi da Terra e de fato aquele é único
da espécie freqüentando a água doce. São alguns milhares, não sei, enquanto os
seres humanos, muito mais complexos, são bilhões. Na entrevista o cinegrafista
mostrava como os arpões, derivados dos indígenas, eram arremessados, com a
esperteza de uma corda para trazer de volta. Claro, os seres humanos
amazônicos, que não estão em perigo de extinção, caçam os peixes-boi, que
estão. A inteligência maior caça a menor. Um dos moradores até achava graça
que, tendo matado 98, queria “inteirar”, fazer 100, para completar e ter dois
zeros. Mas nas PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e nos
AMBIENTES (cidades/municípios, estados, nações e mundo) o indivíduo é menor que
sete níveis, de modo que estes podem obstar e travar aquele: a inteligência
maior, vendo mais longe pode impedir a inteligência menor, e é o que deve ser
feito.
Por
quê deixar a inteligência menor destruir o que é de todos? Sim, de todos os
humanos de agora, mais de seis bilhões, e de todos os humanos do futuro, que
nem estão aqui para reclamar. Por quê deixar a inteligência menor, que está
vários milhares de anos no passado, até os milhões de anos dos hominídeos, e
muitos bilhões de desejos abaixo, por quê deixá-la prevalecer?
É
estupidez, dela e nossa.
Vitória,
sábado, 24 de abril de 2004.
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