Tem
Remédio?
Gabriel se sentiu
incomodado, e eu também porque, agora cardíaco, devo tomar remédios todos os
dias, havendo um que tem 28 comprimidos, do qual tomando-se um por dia dá para
28 dias, o menor dos meses, fevereiro. Quando se é trabalhador, recebendo por
mês, fica na maior parte das vezes faltando um (fevereiros bissextos), dois ou
três dias. Outros, o Centrum, conjunto de vitaminas “de A a Z” tem 100
comprimidos, às vezes vem com mais 30 de lambuja, como promoção. Neste caso ou
faltam 20 ou sobram 10 em relação a meses de trinta dias. O certo, pela lógica,
seria mirar o mês mais comprido, de 31 dias, sobrando então nenhum, um, dois ou
três comprimidos (como diz o ditado, “melhor sobrar do que faltar” – porque não
se passa mal com a sobra). Para o caso do Centrum, deveriam vir para três meses
(3 x 31 =) 93 comprimidos ou para quatro meses (4 x 31 =) 124, sobrando sempre
um pouco, e assim por diante. No caso de tratamentos mais curtos, de sete dias,
deveriam vir sete comprimidos e não dez, como é usual. Depois de conviver tanto
tempo, empresas farmacêuticas, médicos que dão receitas e vendedores ambulantes
que dão amostras grátis já deveriam saber disso, ou deveriam ter realizado
amostragens estatísticas da qual tirassem as novas embalagens. Quem fizesse
isso sairia na frente, tomaria mercado das outras. Claro, venderia menos
desperdício, isso seria uma perda antes paga pelo consumidor; por outro lado
este ficaria mais satisfeito (a vantagem sendo com estardalhaço anunciada). As
que continuassem na senda errada perderiam mercado. Como na computação os
remédios teriam uma INTERFACE AMIGÁVEL com o consumidor e isso ganharia espaço
numa campanha de nível mundial por um grande laboratório, digamos a Glaxo.
Mas o motivo do
artigo não é apenas este e sim perguntar se a falta de lógica humana tem
remédio? Tem cura? Por toda parte onde olho vejo que a racionalidade é
irracional. Como proceder para vasculhar amplamente as atividades humanas,
melhorando seu PERFIL LÓGICO (e dialético)?
Seria o caso de
eleger um grupo-tarefa de largo alcance, para vasculhar as atividades dos
AMBIENTES (começando de mundo e indo a nações, estados, municípios/cidades) e
das PESSOAS (empresas, grupos, famílias e indivíduos), enxugando-as das
ilogicidades.
Vitória, segunda-feira, 12 de
abril de 2004.
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