quarta-feira, 7 de junho de 2017


Praceando


 

                            Soma de PRAÇA com PASSEAR, passeando-na-praça.

                            Como já disse no texto deste Livro 75, Sentando Praça, tenho a percepção firme dos pequenos, insignificantes serviços relativos que as prefeituras de (estimadas 200 a 300 mil, com dois ou três milhões de bairros – gostaria de ver um levantamento completo no mundo) todas as nações prestam aos povelites. Elas não vêem a oportunidade de tornar a praça um roteador, um centro que co-move a todos, povo e elites, fazendo-as convergir e con-versar, versar juntas. A Praça geral deveria ser um CENTRO DE CONVERSAS, de passagens de experiências, de transferências de motivações justamente pelos governempresas, que ali colocariam OS TEMAS DE CONVERS/AÇÃO, ato permanente de conversar. Qual é o tema proposto em tal ou qual praça? Que motivação a prefeitura está apresentando em tal ou qual momento?

                            As praças são espaçotempos mal-utilizados. São mal-aproveitadas, como tudo que é público. Que rendimentos se poderia tirar das praças para PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e para AMBIENTES (cidades/municípios, estados, nações e mundo)? Enquanto espaços no tempo, que custaram dinheiro para ficar prontas, as praças deveriam dar lucro, embora não necessariamente monetário, ainda que não se deva descartar.

                            QUAL É A SITUAÇÃO PELA QUAL PRAÇAS?

·        PRAÇA DA TECNOLOGIA: com profissionais apresentando os avanços que tenham conseguido imaginar nas academias, nos institutos, em suas casas, em suas empresas, nos governos, e do outro lado os solicitantes. E vice-versa;

·        PRAÇA DE NEGÓCIOS: como poderíamos ampliá-los? O que outros povos têm a dizer? O que palestrantes podem nos ensinar? O que deu certo, o que deu errado? Um lugar de trocas, mas não mais como antigamente, em espécie, e sim de investimentos, de conhecimentos, de saberes, de receios, de desapontamentos, de alegrias, de novidades;

·        PRAÇA-BEBÊ: não apenas para bebês passearem com suas mães, mas para médicos puericultores, psicólogos, pedagogos, professores, educadores infantis, nutricionistas, literatos, poetas, tecnartistas, vendas de objetos, etc.;

·        PRAÇA CHEIROSA: todo tipo de perfumes. Para o lar, o armazenamento, a saúde, a segurança, os transportes, os veículos, repartições, fábricas, flores e todo tipo de coisa que possa perfumar as vidas de todas as pessoas;

·        PRAÇA LITERÁRIA: tanto do lado dos escritores quando dos editores, dos gráficos, de todos os envolvidos, dos livreiros. Com lojas, com bancas de revista, com livraria, com venda de programas para escritores, dedicada exclusivamente à tecnarte de escrever;

·        PRAÇA DE MÍDIA: quiosques de TV, de Revista, de Jornal, de Livro/Editoria, de Rádio, de Internet. Com profissionais contratados (em fim de carreira) para explicar os assuntos, com lojas expondo objetos, com livraria, com museu. Ali os profissionais das empresas ativas poderiam arranjar muitas matérias, conversando com as pessoas. Ou descobrir novas idéias ao conversar entre si (embora tendam a ser ciumentos, guardando para si);

·        FORÇA NA PRAÇA: as Forças Armadas fazendo média com os povelites, propaganda macia e tranqüila, conversando sobre a defesa nacional, sobre investimentos no reaparelhamento, sobre a destinação dos recursos. Trabalho de divulgação e sustentação, amenizando as asperezas e os desconhecimentos, fazendo os povelites amarem suas forças;

·        PRAÇAS DA PROTEÇÃO: Praça do Lar, Praça do Armazenamento, Praça da Saúde, Praça da Segurança e Praça dos Transportes (passado, presente e futuro), ou inteiras ou como frações de 1/5. Na PS prevenção e cura. Na prevenção a participação empresarial e a governamental. Na governamental pesquisa & desenvolvimento.

Em resumo, não há um grupo-tarefa que incida sobre a Praça geral, que a repense, que extraia tudo dela; ela é largada lá, como um favor menor ao povo, sem grandes emoções, sem quase renovação algum. Enfim, os governempresas não as vêem como as coisas maravilhosas que poderiam ser!

Vitória, domingo, 04 de abril de 2004.

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