Os Heróis
que Fugiram
Herói é sempre o
cara que fica e enfrenta, mas no Brasil de 2004 em que se comemoram às avessas
os 40 anos da Redentora, a falsa Revolução de 01 de abril (dia da mentira)
reconvertida a 31 de março de 1964, os que fugiram com medo, se exilaram e
voltaram 20 e poucos anos depois, depois que o regime militar começou a abrir
em 1984, desaparecendo definitivamente em 1985, após 21 anos e 70 mil mortos
(que realmente ficaram), agora posam de superheróis da macacada, como se dizia
na minha adolescência. Foram para a Europa beber champanhe, freqüentar a noite,
fumar charutos cubanos fingindo sabedoria, passear nas rodas de intelectuais e
literatos, enquanto “uns poucos” realmente estavam aqui lutando. Então, 40 anos
depois da Redentora e 20 anos de seu retorno ridículo e supervalorizado, vem
esses camaradinhas posar de bacanas, para jovens que nunca souberam e para
gente de mais idade que faz questão de esquecer aquele vexame.
Ainda outro dia ouvi
constrangido numa livraria declamação açulando a Redentora; se aparecesse ali
um soldado com fuzil saíam todos correndo com medo. Agora que a onça está morta
todos querem mijar em cima. Na época (tenho 50, eu me lembro) poucos lutaram,
sofreram e morreram. Eu mesmo pensei, mas não fui, o chamado para a luta não me
encantava, as elites brasileiras são falsas e fingidas. Junto uma “breve
resenha” (longuíssima).
UMA
LONGUÍSSIMA BREVE RESENHA (tirada da Internet, compactada, corrigida
parcialmente)
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O regime
autoritário de 1964 - breve resenha
Por João Rego
(Retirado do Tortura Nunca Mais) 31/03/2004 às 01:24
O golpe
militar de 1964 teve sua articulação coordenada por três forças políticas que
já haviam marcado sua posição no processo político na década de 50: o capital
multinacional associado ao nacional, o capital de Estado e os militares...
João Rego é
cientista político e psicanalista.
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Em resumo, eles se valorizaram muito e
bem valia a pena (quem fizer vai levar chicotada) escrever livro fundamentado
sobre a questão, com aquele título. Vai ser de deixar os falsos, todos atores e
atrizes em causa própria, mais os familiares que vivem de fingidos heroísmos,
mais os amigos que injetam gasolina na fogueira do mito envergonhados. Em todo
caso é preciso desmascarar.
Vitória, sábado, 24 de abril de 2004.
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