Fricção
Científica
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OS NÍVEIS DA
REALIDADE:
num dos filmes de Stalone ele abre um alçapão e desce para um nível fedorento.
Aqui será diferente: cada vez que descer a pessoa emergirá numa realidade 30 ou
50 anos atrasada (também pode subir para os patamares mais adiantados),
descontando-se na passagem os objetos que foram inventados no período. Se
voltasse para 1974 já não haveria videocassete, DVD, CD, funk, ônibus
espaciais, Internet, tanto coisas boas quanto ruins. Automaticamente as roupas
dele mudariam e os comportamentos também, permitindo contrastar a estes. Ir
para o futuro permitiria boas discussões sobre o que é excessivo agora e deve
desaparecer;
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VIRTALEYE: em inglês
olho-virtual, uma IA (inteligência artificial) que é contratada para
investigar. É um objeto voador, não-gravitacional, isto é, não submetido a
gravidade, que pode emitir holograma-denso (criemos esse conceito), que
interage mesmo com as pessoas em volta dele, de modo que há troca de apertos de
mão, abraços (menos alimentação – alguns perceberão no primeiro episódio e
outros não, porque ele não será mostrado bebendo ou comendo, mas haverá
indicações). Evidentemente o VE é superinteligente e atilado, percebe os
menores detalhes, tira conclusões formidáveis, um super Sherlock Holmes do futuro.
Um grupo contratado de detetives tecnocientistas pode ser contratado para fazer
os roteiros, bem como alguns cibernautas.
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WALTER BRINCAVA COM
OS PÁSSAROS:
as pessoas sonham com voar, com pairar no ar, mas o que adviria dessa
liberdade? Certamente o beneficiado sentiria curiosidade, que é humana, por ver
mulheres trocando de roupa e fazer outras coisas que são proibidas ou
indecorosas. Até poderiam atirar nele os caçadores, apenas por diversão, para
vê-lo cair, de modo que ele perceberia logo que há coisas boas e ruins em cada
liberdade. Algumas situações engraçadas e educativas.
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TRABALHEIRA DOS
DIABOS:
um sujeito acaba por se inscrever sem querer e sem atinar numa firma de
demônios, de criaturas do mal, e é encarregado de diabruras, com as quais se
revolta, mas que não pode deixar de fazer, como deixar cair alguma coisa cair
dentro do carro para forçar o motorista a se distrair e quase bater, e zilhões
de traquinagens, das leves às pesadas. Ele diz que é humano, que não quer
aquilo, mas os outros riem dele e sugerem que ele vá ao psicólogo dos capetas,
pois aparentemente está com crise de identidade. Uma excelente comédia sobre
como estar perto do mal pode nos tornar tolerantes a ele. Como as pessoas têm
no mundo inteiro esse conceito de diabos promovendo desvios, fará sucesso, se
os roteiristas forem permanentemente cuidadosos em escolher os casos e em não
exagerarem – se fizerem pesquisas.
·
O DEMO BATE PONTO: e se o diabo, um
desses menores, fosse um trabalhador braçal obrigado a uma certa quota de
produção por dia? Quais seriam as tarefas a cumprir a cada dia? Veja que não é
o mesmo caso acima. Nesta situação é um diabo mesmo, identificado como tal, que
sofre cobranças dos gerentes e dos patrões, que também é infernizado, numa
escala de infernizações. Retornam mercadorias-malcriações que devem ser
consertadas e ele deve re-fazer o trabalho de outros, resmungando muito. Muito
engraçado. Também podemos ter diabos intelectuais que planejam as ações,
novidades terríveis; diabos financistas, diabos militares e diabos burocratas
(que tomam as atitudes que detestamos nos burocratas).
Vitória, domingo, 18
de abril de 2004.
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