domingo, 11 de junho de 2017


Fricção Científica


 

·        OS NÍVEIS DA REALIDADE: num dos filmes de Stalone ele abre um alçapão e desce para um nível fedorento. Aqui será diferente: cada vez que descer a pessoa emergirá numa realidade 30 ou 50 anos atrasada (também pode subir para os patamares mais adiantados), descontando-se na passagem os objetos que foram inventados no período. Se voltasse para 1974 já não haveria videocassete, DVD, CD, funk, ônibus espaciais, Internet, tanto coisas boas quanto ruins. Automaticamente as roupas dele mudariam e os comportamentos também, permitindo contrastar a estes. Ir para o futuro permitiria boas discussões sobre o que é excessivo agora e deve desaparecer;

·        VIRTALEYE: em inglês olho-virtual, uma IA (inteligência artificial) que é contratada para investigar. É um objeto voador, não-gravitacional, isto é, não submetido a gravidade, que pode emitir holograma-denso (criemos esse conceito), que interage mesmo com as pessoas em volta dele, de modo que há troca de apertos de mão, abraços (menos alimentação – alguns perceberão no primeiro episódio e outros não, porque ele não será mostrado bebendo ou comendo, mas haverá indicações). Evidentemente o VE é superinteligente e atilado, percebe os menores detalhes, tira conclusões formidáveis, um super Sherlock Holmes do futuro. Um grupo contratado de detetives tecnocientistas pode ser contratado para fazer os roteiros, bem como alguns cibernautas.

·        WALTER BRINCAVA COM OS PÁSSAROS: as pessoas sonham com voar, com pairar no ar, mas o que adviria dessa liberdade? Certamente o beneficiado sentiria curiosidade, que é humana, por ver mulheres trocando de roupa e fazer outras coisas que são proibidas ou indecorosas. Até poderiam atirar nele os caçadores, apenas por diversão, para vê-lo cair, de modo que ele perceberia logo que há coisas boas e ruins em cada liberdade. Algumas situações engraçadas e educativas.

·        TRABALHEIRA DOS DIABOS: um sujeito acaba por se inscrever sem querer e sem atinar numa firma de demônios, de criaturas do mal, e é encarregado de diabruras, com as quais se revolta, mas que não pode deixar de fazer, como deixar cair alguma coisa cair dentro do carro para forçar o motorista a se distrair e quase bater, e zilhões de traquinagens, das leves às pesadas. Ele diz que é humano, que não quer aquilo, mas os outros riem dele e sugerem que ele vá ao psicólogo dos capetas, pois aparentemente está com crise de identidade. Uma excelente comédia sobre como estar perto do mal pode nos tornar tolerantes a ele. Como as pessoas têm no mundo inteiro esse conceito de diabos promovendo desvios, fará sucesso, se os roteiristas forem permanentemente cuidadosos em escolher os casos e em não exagerarem – se fizerem pesquisas.

·        O DEMO BATE PONTO: e se o diabo, um desses menores, fosse um trabalhador braçal obrigado a uma certa quota de produção por dia? Quais seriam as tarefas a cumprir a cada dia? Veja que não é o mesmo caso acima. Nesta situação é um diabo mesmo, identificado como tal, que sofre cobranças dos gerentes e dos patrões, que também é infernizado, numa escala de infernizações. Retornam mercadorias-malcriações que devem ser consertadas e ele deve re-fazer o trabalho de outros, resmungando muito. Muito engraçado. Também podemos ter diabos intelectuais que planejam as ações, novidades terríveis; diabos financistas, diabos militares e diabos burocratas (que tomam as atitudes que detestamos nos burocratas).

Vitória, domingo, 18 de abril de 2004.

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