terça-feira, 13 de junho de 2017


Duas Vias no Brasil e Crescimento


 

                            Em 1986, dez anos depois da morte de Mao Tse Tung (Mao Zedong, na nova grafia) Deng Xiao Ping instalou o Caminho de Duas Vias na China. Podemos raciocinar que são: 1) o caminho oriental, chinês-tradicional, confucionista (embora eles neguem), de eficiência das elites, em que não há transferência de conhecimentos do alto para baixo das elites para o povo, nem há multiplicação de bens e serviços; 2) o caminho ocidental, cristão, de compartilhamento e de fechamento do fosso entre um e outras. Desde então a China vêm crescendo muito, porque as elites muito produtivas de lá têm onde aplicar seus conhecimentos, criando taxas altíssimas de multiplicação.

                            O Brasil não se encontra.

                            Primeiro que, ao contrário do que parece, ele não é cristianizado mais que na forma, na superfície, não o sendo em profundidade. Afirma-se seguir Cristo, rezam-se missas e esses protestantes juram de pés-juntos, mas na verdade não há aprofundamento. Os fossos continuam abertos entre as elites no alto e o povo em baixo, ao contrário da Europa (e suas filiais, digamos Austrália, Canadá, EUA e agora África do Sul). Assim é que, são considerados médios, pobres e miseráveis nada menos que 80 % de todos os brasileiros, com apenas 20 % de médios-altos (15 %) e ricos (5 %).

                            Então, o Brasil não se ocidentalizou.

                            E, é claro, não se orientalizou para ser eficiente confuciano.

                            Pela falta de cristianização o povo não tem direito a quase nada e pela falta de confucialização as elites são ineficientes, ineficazes, incompetentes. O Brasil é um fracasso duplo: não é um saci tropical de uma perna só, nem tem duas como gente grande. Segue duplamente incapaz: pelo lado das elites não consegue organizar-se e pelo lado do povo não consegue produzir, sendo assim duplamente incompetente em produçãorganização, ao contrário da China, que por cerca de 2,5 mil anos foi eficiente ao modo de Confúcio e desde quase 20 anos atrás adotou Cristo na prática. O Brasil, depois de 500 anos ainda não é conceitual ou profundamente cristão, nem é capaz de promover o aparecimento das melhores elites.

                            Fracassou nas duas frentes.

                            Vitória, quarta-feira, 21 de abril de 2004.

Nenhum comentário:

Postar um comentário