quinta-feira, 1 de junho de 2017


Dicionárienciclopédico Africano

 

                            Por quê fazer um D/E africano, vasculhando todas as línguas de lá para fazer “n” dicionários (voltados para as principais línguas do mundo: mandarim, inglês, espanhol, português, russo e outras) e procurando notícias para formar a enciclopédia? Ou seja, colhendo palavras e imagens para formar o D/E em PAL/I, palavrimagens?

                            No Almanaque Abril 2002 Mundo a África consta com 53 países em 30,3 milhões de km2 ou 20 % das terras emersas. Tinha em 2001 pouco mais de 800 milhões de habitantes dos então 6,1 bilhões de humanos ou uns 13 %. Sua riqueza era em 1999 apenas 1,7 % da do mundo (comparados com a soma de 91,8 % do conjunto: 25,3 % da Ásia, 32,5 % da Europa e 34,0 da América do Norte – EUA, Canadá e México). A renda percapita era a menor de todos os continentes, apenas US$ 668 em 1999, menos da metade da América Central, de 1.872 dólares, na realidade apenas 36 % e assim mesmo grande parte da renda africana devendo-se à África do Sul. Enfim, é um continente pobre, miserável, aparentemente restolho dentre todos que há. Quem apostaria num azarão desses?

                            Bem, eu apostaria, porque há várias coisas a me guiar.

                            O QUE ME GUIA

                            1) a dialética diz que as melhores bandeiras são as da falta, porque o que já está preenchido não abre espaço para o novo; são os que não têm que se abrem para o futuro e não para o passado, são os despojados que estão dispostos a aprender;

                            2) há o convite humano, a que sou muito apegado, desejo sempre contribuir com os que estão em situação ruim, gosto deles;

                            3) o próprio sentido de aventura cativa e seduz;

                            4) o grande desafio chama, etc.

                            Porque, veja, quase tudo na América do Norte, na Ásia e na Europa está feito, quase todos os desafios estão vencidos, muito foi feito por aqueles povos, que se sacrificaram tremendamente no passado para chegar ao presente. O formidável caos africano realmente atrai. O que poderia separar aquele nó górdio em utilidade futura? Não é atraente enquanto projeto para o amanhã? Não é um apelo fantástico? É como se a Europa estivesse novamente começando do zero: você, sabendo como ela é hoje, abandonaria a Europa de dois mil anos atrás só porque ela era então miserável?
                            Vitória, quinta-feira, 25 de março de 2004.

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