Dicionárienciclopédico
Africano
Por quê fazer um D/E
africano, vasculhando todas as línguas de lá para fazer “n” dicionários
(voltados para as principais línguas do mundo: mandarim, inglês, espanhol,
português, russo e outras) e procurando notícias para formar a enciclopédia? Ou
seja, colhendo palavras e imagens para formar o D/E em PAL/I, palavrimagens?
No Almanaque Abril 2002 Mundo a África
consta com 53 países em 30,3 milhões de km2 ou 20 % das terras
emersas. Tinha em 2001 pouco mais de 800 milhões de habitantes dos então 6,1
bilhões de humanos ou uns 13 %. Sua riqueza era em 1999 apenas 1,7 % da do
mundo (comparados com a soma de 91,8 % do conjunto: 25,3 % da Ásia, 32,5 % da
Europa e 34,0 da América do Norte – EUA, Canadá e México). A renda percapita
era a menor de todos os continentes, apenas US$ 668 em 1999, menos da metade da
América Central, de 1.872 dólares, na realidade apenas 36 % e assim mesmo
grande parte da renda africana devendo-se à África do Sul. Enfim, é um
continente pobre, miserável, aparentemente restolho dentre todos que há. Quem
apostaria num azarão desses?
Bem, eu apostaria,
porque há várias coisas a me guiar.
O QUE ME GUIA
1) a dialética diz
que as melhores bandeiras são as da falta, porque o que já está preenchido não
abre espaço para o novo; são os que não têm que se abrem para o futuro e não
para o passado, são os despojados que estão dispostos a aprender;
2) há o convite
humano, a que sou muito apegado, desejo sempre contribuir com os que estão em
situação ruim, gosto deles;
3) o próprio sentido
de aventura cativa e seduz;
4) o grande desafio
chama, etc.
Porque, veja, quase
tudo na América do Norte, na Ásia e na Europa está feito, quase todos os
desafios estão vencidos, muito foi feito por aqueles povos, que se sacrificaram
tremendamente no passado para chegar ao presente. O formidável caos africano
realmente atrai. O que poderia separar aquele nó górdio em utilidade futura?
Não é atraente enquanto projeto para o amanhã? Não é um apelo fantástico? É
como se a Europa estivesse novamente começando do zero: você, sabendo como ela
é hoje, abandonaria a Europa de dois mil anos atrás só porque ela era então
miserável?
Vitória,
quinta-feira, 25 de março de 2004.
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