Copacabanenses
Quando meus amigos
GHB e PACOS foram à cidade do Rio de Janeiro fazer mestrado e doutorado depois
de terminados os respectivos cursos de engenharia na UFES, correspondíamo-nos
GHB e eu, e passei a usar COPA-BACANENSES (de bacanas, os bambambãs do pedaço) e
não copacabanenses, se tal gentílico existe. Os bairros próximos são ainda mais
ricos, Ipanema e Leblon.
COPACABANA,
CIDADE DO RIO DE JANEIRO (é dos bairros mais famosos do mundo) – acreditava
ter quilômetro de largura por seis de comprimento; soube da Internet que nesses
seis quilômetros quadrados (a Web diz 340 km2) moram em torno de 140
mil habitantes, 1/3 de Vitória inteira no ES.
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O clima é bom e ameno, mais para quente,
venta bastante na orla, a população é toda educada, o policiamento eficaz, a
renda altíssima para o Brasil, aposentados e ricos vão morar lá ou nas
vizinhanças (1/3 dos moradores têm mais de 60 anos). Na década dos 1960, quando
estávamos mais para pobres no país todo e na minha família em particular, pensávamos
em Copacabana já suspirando, pois ainda existem numerosíssimas lojas elegantes,
centenas ou milhares de bares e restaurantes, galerias, teatros, todo tipo de
oferta. Não é à toa que os playboys de outrora e de agora vão para lá.
Contudo, a cidade do Rio de Janeiro (e o
estado também, com a fusão da Guanabara com o RJ) empobreceu com a
transferência da capital para Brasília em 1960 e o mesmo se deu com Copacabana,
embora menos. Nunca fui de viajar, não gosto, faço questão de não ir, pouco sei
dos milhares de bairros das 5.570 cidades do país.
O que quero dizer é que pararam de suspirar
por Copacabana.
Ninguém mais fala em ir lá.
Ninguém SONHA em ir ficar lá, nem que seja
por alguns dias, como há 50 ou 55 anos: não é notícia boa ouvir que algum felizardo
esteve lá ou em qualquer bairro da cidade.
Desinflou, esvaziou a bola, perdeu a graça.
Não brilham os olhos dos visitantes, a gente
nem quer saber.
Os fluminenses, os cariocas, os
copacabanenses não são mais vistos com admiração, com olhar espantado, não
constituem referência nacional. Mercê da preguiça, da falta de resolução e
empenho, da falta de atitude e vergonha na cara o estado do Rio de Janeiro
inteiro afundou na corrupção e na dissolução moral, como a dialética previa (pode
anunciar que vai voltar a estar na crista da onda, mas não quando).
Tanta bacaneza chafurdando na lama.
Vitória, sexta-feira, 9 de junho de 2017.
GAVA.
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