sexta-feira, 9 de junho de 2017


Copacabanenses

 

Quando meus amigos GHB e PACOS foram à cidade do Rio de Janeiro fazer mestrado e doutorado depois de terminados os respectivos cursos de engenharia na UFES, correspondíamo-nos GHB e eu, e passei a usar COPA-BACANENSES (de bacanas, os bambambãs do pedaço) e não copacabanenses, se tal gentílico existe. Os bairros próximos são ainda mais ricos, Ipanema e Leblon.

COPACABANA, CIDADE DO RIO DE JANEIRO (é dos bairros mais famosos do mundo) – acreditava ter quilômetro de largura por seis de comprimento; soube da Internet que nesses seis quilômetros quadrados (a Web diz 340 km2) moram em torno de 140 mil habitantes, 1/3 de Vitória inteira no ES.

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O clima é bom e ameno, mais para quente, venta bastante na orla, a população é toda educada, o policiamento eficaz, a renda altíssima para o Brasil, aposentados e ricos vão morar lá ou nas vizinhanças (1/3 dos moradores têm mais de 60 anos). Na década dos 1960, quando estávamos mais para pobres no país todo e na minha família em particular, pensávamos em Copacabana já suspirando, pois ainda existem numerosíssimas lojas elegantes, centenas ou milhares de bares e restaurantes, galerias, teatros, todo tipo de oferta. Não é à toa que os playboys de outrora e de agora vão para lá.

Contudo, a cidade do Rio de Janeiro (e o estado também, com a fusão da Guanabara com o RJ) empobreceu com a transferência da capital para Brasília em 1960 e o mesmo se deu com Copacabana, embora menos. Nunca fui de viajar, não gosto, faço questão de não ir, pouco sei dos milhares de bairros das 5.570 cidades do país.

O que quero dizer é que pararam de suspirar por Copacabana.

Ninguém mais fala em ir lá.

Ninguém SONHA em ir ficar lá, nem que seja por alguns dias, como há 50 ou 55 anos: não é notícia boa ouvir que algum felizardo esteve lá ou em qualquer bairro da cidade.

Desinflou, esvaziou a bola, perdeu a graça.

Não brilham os olhos dos visitantes, a gente nem quer saber.

Os fluminenses, os cariocas, os copacabanenses não são mais vistos com admiração, com olhar espantado, não constituem referência nacional. Mercê da preguiça, da falta de resolução e empenho, da falta de atitude e vergonha na cara o estado do Rio de Janeiro inteiro afundou na corrupção e na dissolução moral, como a dialética previa (pode anunciar que vai voltar a estar na crista da onda, mas não quando).

Tanta bacaneza chafurdando na lama.

Vitória, sexta-feira, 9 de junho de 2017.

GAVA.

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