sexta-feira, 16 de junho de 2017


A Presença de Jesus


 

                            Vejo as pessoas reclamando o tempo todo a presença de Jesus, mas a lição mais importante dele, “amai-vos como eu vos amei”, isto é, divinamente, profundamente, não é obedecida. Não estão esperando a presença dele, mas o susto de Deus baixar na Terra, o imenso, incompreensível acontecimento, a fama.

                            Pois se Jesus não morreu, se ainda está vivo ele está por aí como corpo e como alma ou na Terra ou fora dela. E metaforicamente está em cada pessoa. Não obstante, se Jesus está na Terra e se está idealmente em cada pessoa (indivíduo, família , grupo e empresa) as pessoas deveriam se amar. Ainda mais, deveriam se amar divinamente, à maneira de Cristo, com sua profundidade característica – e não é isso que vejo. Eu mesmo fui odiado e odiei os que me atacaram sem provocação.

                            Vejo praticado todo tipo de atrocidade.

                            Não somente guerras, mas todo tipo de atrocidade menor, se assim podemos dizer: furtos, roubos, espancamentos, traições, todo tipo de pecado mortal, que não pode ser perdoado pelos humanos, só por Deus, e venial, que pode. Evidentemente as pessoas deploram aqueles romanos e judeus que crucificaram Cristo, sem saber que eles somos nós, em nossos atos e gestos diários, ao longo de toda uma vida. Que aqui estamos nós pregando Jesus na Cruz geral com nossas ações miseráveis e mesquinhas, com nossas preocupações infantis. E estamos agindo contra todo iluminado: Buda, Moisés, Maomé, Gandhi, Vardamana, Zoroastro, Abraão, Lao Tsé, Confúcio e outros.

                            Colocados os iluminados, quão distantes estamos deles e de suas pregações? De Jesus também ou até mais, inclusive ou principalmente os cristãos, os rezadores católicos e os oradores protestantes. Temos sido umas criaturas lastimáveis, chorando pela idéia de Deus e negando-a na prática em tudo que fazemos.

                            Vitória, segunda-feira, 10 de maio de 2004.

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