sexta-feira, 11 de agosto de 2017


Leis Antimendicância

 

                            Nos Estados Unidos parece que existem tais leis, enquanto no Brasil, ao que saibamos, não, pois os mendigos ficam pelas praças e pelas ruas, dormindo aqui e acolá, e naturalmente pedindo esmolas.

TODOS OS MENDIGOS (no modelo; e haverá ainda chaves e bandeiras a analisar)

·       PESSOAS: indivíduos, famílias, grupos e empresas;

·       AMBIENTES: cidades/municípios, estados, nações e mundos (neste caso, não há mundo mendicante, porque só temos um).

Há empresas mendicantes, o Brasil é a pátria delas; e elas estão constantemente pedindo dinheiro aos governos (municipais, estaduais e federal), ou serviços ou benefícios vários. Devemos distinguir o mendigo, que é quem pede, sem fazer a contraparte de serviço, da mendicância, que é a prática e até a teoria de mendigar. Há empresas que não apenas são mendigas, pedem, como desenvolveram uma prática e uma teoria de mendigar, toda uma série de trejeitos socioeconômicos, apoiada em tal ou qual necessidade justificada.

Creio que deveria mesmo existir uma lei antimendicância (mas não antimendigos, porque isso iria atingir o ser – o que queremos é o fim do processo de mendicalização e não o fim das pessoas ou dos ambientes). Mas como conformá-la, de modo a que não atinja rigores desnecessários? Desejamos atingir a prática e a teoria e não quem eventualmente se encontre em estado de prostração, pois este deve ser ajudado a livrar-se dele.

No Brasil é tão agudo o aproveitamento pessoal e ambiental, tão violentas as criaturas quanto ao apossamento que do outro lado há tolerância quanto à mendicância, como se um excesso justificasse o outro. Claro que devemos dar fim a ambos, sob pena de continuarmos a ser sempre uma socioeconomia menor e insuficiente.

Vitória, quinta-feira, 02 de dezembro de 2004.

Juízo Leve e Transparente

 

                            Estando no Tribunal do Júri (agora chamado pomposamente Conselho de Sentença, porque não apenas julga, como era antes mais maciamente, como também condena automaticamente, tirando mais esse encargo das costas dos juízes e da Justiça humana), posso ver que os locais, as salas do Tribunal são velhas e tacanhas, coisa do século XIX pesado e castrador. O Poder Judiciário não foi democratizado nem renovado, como tantas coisas, e a informatização é mais um ícone do que uma realidade efetiva.

                            O Juizado não é leve, nem transparente. Não é leve, é pesado, carregado, opressivo, enfadonho, cansativo. Não é transparente, é escuro, sombrio, opaco. Não há quem trabalhe para melhorá-lo, porque os juízes mais antigos insistem nessa assombrosa demonstração de força pela inércia do Poder Judiciário. Um jovem desembargador do ES, em especial, lutou para dar agilidade ao Poder (foi porisso que foi guindado à posição de desembargador sendo tão jovem), mas não vemos que sua iniciativa tenha tido significado total.

                            Se eles procedem assim é porque não amam o povo, sentem-se distantes e alienados do povo brasileiro, que só serve coletivamente (pois sempre existem os exemplos individuais de bondade e correção) para seus propósitos de extração. Se amassem o povo se aproximariam dele e se tornariam transparentes, o que significaria livrarem-se de todos os impedimentos, de todos os obstáculos à aproximação e à visão dos interiores. Teriam um jornal realmente identificado com o povo, explicando em minúcias. Se o povo não confia em seu instrumento de Justiça (humana) eventualmente apelará para a chamada “justiça mais alta”, a divina, e arrasará o judiciário. Se amassem o povo procurariam levar a gente toda e as crianças lá para dentro, dariam entrevistas, publicariam organogramas mostrando a árvore de dependências, listariam os processos, agilizariam 10 ou 100 vezes o ritmo atual e assim por diante. Estudariam o Poder Judiciário tanto prática quanto teoricamente.

                            Não amam o povo. Sequer amam as elites, porque estão arranjando agora mesmo problemas para o futuro, o que fatalmente desabará sobre o PJ e a burguesia, além de emperrar e custar muito mais agora. Em resumo, o PJ é um índice de baixíssimo rendimento material e espiritual, é um entrave poderoso à marcha da civilização (em toda parte, especialmente no Brasil).

                            Vitória, quinta-feira, 02 de dezembro de 2004.

Jornal de Ensinamentos

 

                            Quando você pega um jornal para ler há lá um monte de notícias, sendo uns deles melhores diagramados que outros, com mais ou menos fotos coloridas, com gráficos, com desenhos, mas sempre um punhado enorme de notícias. É uma riqueza, não apenas em relação ao passado, mas por qualquer medida, e a maioria das pessoas nem percebe o que têm em mãos.

                            Mesmo avaliando assim, notamos que os jornais nada ensinam sobre a vida. Não ensinam sobre patentes, sobre a formação escolar da pessoa, sobre o sistema judiciário, sobre criação de filhos, costura, a perseguição da meta do mestrado ou doutorado, como navios são feitos - não ensinam sobre absolutamente nada. Nem é daquele Jornal de Idéias que estou falando agoraqui. É um jornal para ensinar verdadeiramente às pessoas, a todos e cada um, sobre as bandeiras, digamos à Bandeira do Labor (ensinar aos operários, aos intelectuais, aos financistas, aos militares e aos burocratas) sobre trânsito, sobre seguros e seus cálculos atuariais, os caminhos do dinheiro público do pagamento dos tributos até seu uso nos destinos das verbas, sobre congelamento, sobre construção de oficinas no lar, funcionamento de impressoras e compra de cartuchos, um milhão de assuntos interessantes.

                            De onde tiraram essa idéia de só dar notícias eu não sei.

                            Mas sei que falta de oferta vem do desamor.

                            Vem de que as pessoas não pensam em ajudar os outros. O que se prega aqui não é solidariedade, é apenas melhorar a coletividade fornecendo conhecimentos que estão disponíveis sem que as pessoas possam acessá-los ou se organizar para chegar a eles. Ajudar a PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e até a AMBIENTES (cidades/municípios, estados, nações e mundo), que são notavelmente mais organizados. Em vez de dar notícias, que todos dão, ensinar sobre tudo, depois particularizando. Iria ser uma febre mundial, expandindo-se em toda parte, e um prazer fazer também.

                            Vitória, segunda-feira, 06 de dezembro de 2004.

Índices de Perigo

 

                            No livro de Cálculo e Álgebra Linear 1, Rio de Janeiro, LTC-UnB, 1974, de Kaplan e Lewis, p. 250, eles dizem: “Podemos dar outros exemplos derivados da Física e de outras ciências nas quais as derivadas de ordens superiores desempenham um papel importante. O crescimento de capital a juros compostos, e o crescimento da população, e o de alguns agentes químicos formados numa reação, todos obedecem leis para as quais todas as derivadas crescem com o tempo”.

                            DERIVANDO (do que eles disseram) – os perigos

·       Juros compostos;

·       Crescimento da população;

·       Reações químicas;

·       Acelerações em geral;

·       etc.

Então, veja, se pudéssemos descobrir as DERIVADAS SEGUNDAS (desde que faça sentido) das equações que regem os fenômenos da vida social, poderíamos aprender muito mais.

Chamarei isso, em homenagem a eles (mesmo se não depararam com a coisa), de ÍNDICES KAPLAN/LEWIS DE PERIGO, iKLp, o i indicando numeralidade, i = 1 a n, como na matemática. Isso servirá para atacarmos outros problemas, pelo menos dando uma nomenclatura inicial e indicando a trilha que vai dar no caminho.

Deveríamos poder identificar para cada conjunto (para PESSOAS: indivíduos, famílias, grupos e empresas; para AMBIENTES: cidades/municípios, estados, nações e mundos) o seu iKLp. Por exemplo, o que é perigoso para as empresas? Que coisas significariam indesejada aceleração dos seus elementos? Como poderíamos estabelecer medidas de modo a evitar que ela se espatifasse no ambiente? Deveríamos, por similitude, medir seu espaço tempo e sua velocidade, daí estabelecendo parâmetros para detectar acelerações inconvenientes. Como fazer isso? Hoje, meramente pelas análises de balanços não temos tal programáquina, nem não-automática a cargo de pessoas de plantão, nem automática com os números digitados. Mas, é claro, você pode perfeitamente ver que tais índices seriam fundamentais.

Vitória, segunda-feira, 06 de dezembro de 2004.

Guerreiros e Pazeiros

 

                            Guerreiros são os que fazem a guerra, palavra que forma par polar oposto/complementar com a paz. Porém, se temos nome para a que custa mais, e tanta dor e destruição, não temos para a que custa menos e é benéfica: fazer a paz não tem palavra que a signifique, porque não há profissão, ou seja, quem denominar com ela.

                            Embora cada país tenha centenas, milhares, centenas de milhares e até milhões de guerreiros, não há UM SÓ “pazeiro”, fazedor de paz no mundo inteiro. O que há, isso sim, é peacemaker (paz-fazer, palavra composta no inglês, usada nos EUA). Contudo, fazedores de paz enquanto grupo permanente não há. Os soviéticos contaram 14 mil guerras, mas não há indicação de nenhuma paz preparada – a paz é meramente o fim da guerra. Parece que estamos sempre fazendo guerras, mas não nos preocupamos com o que é mais importante para nós.

                            Você conhece alguma ONG (organização não-governamental) ou órgão da ONU encarregado permanentemente de fazer a paz? O que acontece é que quando há alguma guerra em curso um grupo é criado às pressas, mas não é permanente isso, não é seqüencial, não se cobra resultados no sentido de ensinar nas escolas, nas repartições, nas fábricas o valor da paz. É uma situação de desequilíbrio, você há de convir. Se a guerra é estado de doença deveríamos estabelecer regras para retornar ao equilíbrio, à paz. Enquanto o orçamento mundial para a guerra é de um trilhão de dólares, quanto é destinado à paz?

                            Temos nomes para tantas coisas, no português mais de 200 mil vocábulos, no inglês mais de 500 mil, mas não há uma palavra para o fazedor de paz porque não há fazedores de paz. Nunca houve, o que vem a ser completamente extraordinário. Há venda de armas de fogo e um tempo atrás até havia propaganda delas, mas não há propaganda da paz, das vantagens da paz, do sossego, da tranqüilidade, do desarmamento do corpo e do espírito. Admira muito que haja tanto morticínio?

                            Vitória, segunda-feira, 06 de dezembro de 2004.

Graus de Parasitação e Comensalidade e a Medição Objetiva do Desenvolvimento

 

                            Se há parasitas demais numa coletividade há concentração de renda e uma fração pequena de toda a gente fica com uma fração grande da renda nacional, como no Brasil, em que 20 % ficam com 80 % da renda (há outros índices muito mais agudos, mas já me detive neles e não quero me repetir). Evidente, parasitismo é o contrário da comensalidade, em que todos podem comer, como nos países nórdicos e na Suíça, na Áustria e outras nações, onde a diferença entre o maior e o menor salário é um fator de quatro, ou seja, o maior é quatro vezes tanto quanto o menor. Dificilmente as pessoas sairão desses lugares, pois o grau de aderência é grande, há grande aglutinação (proporcionada neles por Cristo, a que aderiram forte e convictamente).

                            Então, se há fuga de cérebros que vão estudar ou servir nas universidades e institutos estrangeiros, de corpos que vão trabalhar, de capitais, de tudo e qualquer coisa, é sinal que há grande concentração de renda, grande parasitismo, grande antidemocracia, grande violência (pelo antagonismo ou distanciamento de classes), grande separação, grande ódio, grande desfavorecimento de uns pelos outros – tudo isso indica a falta de aglutinação ou CIMENTO NACIONAL, indica deficiência cultural. Pode-se, por todos esses índices combinados, saber perfeitamente quais são as primeiras nações ou até aquelas que, sendo segundas ou terceiras, tornar-se-ão segundas ou primeiras. Ou, dentre aquelas que são primeiras, as que cairão para segunda ou terceira posição. Se uma nação como a Coréia do Sul faz a opção depois de 1953 pela cristianização (real), então ela dá o salto. Não depende muito de quão subdesenvolvida é a nação, mas se ela quer a igualdade e, portanto, as concepções de Cristo, porque aí as elites se esforçarão obrigatoriamente para ganhar pelo volume, dependendo de um percentual menor, que é a contraparte de uma distribuição maior.

                            Se a mensagem de Cristo foi triunfante se segue que as nações deixarão o parasitismo, o oportunismo, a doença da oportunidade, o excesso de aproveitamento unilateral e mergulharão na produção e na superprodução. Então, escolha das direções por superprodução é sempre escolha DO POVO, de participação (como na China de hoje): significa, mormente, que está havendo abertura (real), cristianização, ou seja, o oportunismo parasítico está desaparecendo em favor da distribuição das rendas, passando-se à repartição no nível de comensalidade.

                            Assim, quando se aumente a comensalidade se está deslocando o país para o primeiro mundo e quando se aumente o oportunismo, pelo contrário, se está deslocando a nação para o quinto mundo.

                            Os países do oeste europeu, no Oriente o Japão primeiro, depois a Coréia do Sul, a China, Singapura e outros estão se movendo rumo ao primeiro mundo, enquanto os países da América Latina ficam parados ou regridem, porque não se cristianizaram suficientemente, ficando só na forma. Nos EUA, onde a concentração de renda está aumentando, isso significa que a mensagem de Cristo perde penetração e a comensalidade está diminuindo sua presença em favor da parasitação – mais e mais gente (nem precisamos de mais estatísticas) estão se tornando oportunistas, vivendo do trabalho alheio e da aplicação de rendas não-produtivas. Fatal. É que lá a tecnociência e Hollywood diminuíram (erroneamente) a presença de Cristo.

                            Vitória, quarta-feira, 08 de dezembro de 2004.

Expedições de Caça

 

                            De onde vieram as PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e os AMBIENTES (cidades/municípios, estados, nações e mundo)? As coisas formam-se, evoluem, mudam, aprimoram-se. Como as empresas, mais recente das pessoas, se formaram?

FORMAÇÃO DA PRODUÇÃORGANIZAÇÃO GOVERNEMPRESARIAL (como um par oposto/complementar oscilante)

·       Formação agropecuária/extrativista;

·       Formação industrial:

1.       Durante a Antiguidade (até 476);

2.       Durante a Idade Média (até 1453);

3.      Durante a Idade Moderna (até 1789);

4.      Durante a Idade Contemporânea (até 1991);

·       Formação comercial;

·       Formação dos serviços;

·       Formação dos bancos:

1.       Desenvolvimento escravista;

2.       Concepção feudalista;

3.      Entendimento capitalista (três ondas)        PASSADA        

4.      Constituição socialista;                                      FUTURA

5.      Gênese comunista;

6.      Caráter anarquista.

Os primatas formaram as duas primeiras pessoas, os hominídeos as duas últimas. Como os hominídeos decerto caçavam, terá se dado essa formação inicial na caça. As mulheres ficavam, os homens iam, mas toda a tribo se envolvia nas preparações. Deviam ir como uma flecha, no cerco transformando-se numa torquês, com duas alas em chifre. Havia o CHEFE DE CAÇA e o grupinho dele (como na retaguarda havia a mãe dominante e o grupinho dela), de onde emergiram os reis e a nobreza. Certamente havia cavadores de fossas, preparadores das lanças de fundo, preparadores de armas de caça, vigilantes (todos geraram profissões posteriormente) e demais gente para uma quantidade de tarefas. Não era nada simples, nem à Bangu; nada de confuso ou destrambelhado, desorganizado, destorcido. O planejamento era meticuloso e rendeu na atualidade as reuniões de diretoria. Cada detalhe era sopesado, porque vidas estavam em jogo; e não quaisquer umas e sim dos 10 a 20 % que constituíam o grupo dos guerreiros. Levavam mais tempo preparando-se (durante esse tempo faziam filhos) que caçando propriamente.

Cada qual tinha sua tarefa, que cumpria conscienciosamente, com perfeita consciência de pertinência. Tendemos a ver aquela gente como estúpida, mas eles eram mais compenetrados que nós, porque não havia folgas que a civilização trouxe, por exemplo, heranças e subsídios que levam a relaxamento. A tribo eram compenetrada em tudo. Em particular as expedições de caça eram mais extraordinárias que as guerras de depois (e foi de lá que veio a capacidade de organização das expedições de caça psicológica ou de predação racional). Era preciso levar água, as drogas-de-caça (veja neste Livro 103 o artigo Drogas de Caça e de Coleta), as armas recuperadas ou novas, as defesas e tudo mais. Como não havia papel, nem escrita, nem qualquer modo de fazer muitas marcas, os homens todos deviam estar convictos do plano geral e de seu papel particular nele, de que raramente se desviavam, porque não havia muita gente para substituir.

Em resumo, as expedições de caça devem ser superestudadas e esmiuçadas EM SUPERDETALHES, de tal modo que nelas e na evolução delas vejamos as precursoras das empresas de hoje.

Vitória, domingo, 05 de dezembro de 2004.