Quem É Você?
Essa averiguação das músicas deu o que
falar, porque a moça entendeu de investigá-las “ao pé da letra”, quer dizer,
fazendo as indagações profundas.
A
MÚSICA DO CARNAVAL
(as duas indagações de Chico Buarque)
Noite Dos Mascarados
Quem é você?
Adivinhe, se gosta de mim Hoje os dois mascarados Procuram os seus namorados Perguntando assim: Quem é você, diga logo Que eu quero saber o seu jogo Que eu quero morrer no seu bloco Que eu quero me arder no seu fogo Eu sou seresteiro Poeta e cantor O meu tempo inteiro Só zombo do amor Eu tenho um pandeiro Só quero violão Eu nado em dinheiro Não tenho um tostão Fui porta-estandarte Não sei mais dançar Eu, modéstia à parte Nasci pra sambar Eu sou tão menina Meu tempo passou Eu sou Colombina Eu sou Pierrot Mas é carnaval Não me diga mais quem é você Amanhã, tudo volta ao normal Deixe a festa acabar Deixe o barco correr Deixe o dia raiar Que hoje eu sou Da maneira que você me quer O que você pedir Eu lhe dou Seja você quem for Seja o que Deus quiser Seja você quem for Seja o que Deus quiser |
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ELE
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ELA
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AO
PASSO QUE EXISTEM PERGUNTAS MAIS INTENSAS
NA
MÚSICA
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NA
PROFUNDIDADE DA INTERAÇÃO
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QUEM É VOCÊ?
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Por quê você quer saber? Quem te
mandou perguntar isso? Vou chamar a polícia. Ademais, “quem é você? ”, pergunta
das minhas intimidades. QUEM sou eu? Como saber? Se há 10 anos frequento
psicólogo e nem ele sabe, como é que você quer saber com dois minutos de
papo?
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ADIVINHE SE GOSTA DE MIM
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Tô aqui pra pular, não para ficar de
“adivinhas”. Qual é a sua?
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Quando as pessoas estão dispostas a
brincar e a rir tudo fica na superfície, mas quando os conflitos são trazidos à
tona a geo-história é outra. Uma vez tendo feito essa primeira interrogação,
ela foi vasculhando outras músicas e vendo as disputas que havia do outro lado
da porteira do divertimento, do lado de fora da festa.
Como disse Shakespeare, “tudo está bem
quando acaba bem”, porém “acabar” não é dos ciclos que sobem e descem: na
Natureza não existe “acabar” para os racionais, pois sempre existe um tempo
antes e um tempo depois.
O “acabar” racional é um corte
extemporâneo. Na vida, mesmo, as coisas só “acabam bem” se houver um corte
impróprio.
Na Vida geral há confusões, há
choques, há batalhas.
A tese dela é que quando olhamos as
músicas e tudo das tecnartes há “por trás” delas combates não anunciados.
Serra, terça-feira, 03 de julho de
2012.
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