segunda-feira, 5 de novembro de 2018


Quem É Você?

 

Essa averiguação das músicas deu o que falar, porque a moça entendeu de investigá-las “ao pé da letra”, quer dizer, fazendo as indagações profundas.

A MÚSICA DO CARNAVAL (as duas indagações de Chico Buarque)

Noite Dos Mascarados
 
Quem é você?
Adivinhe, se gosta de mim
Hoje os dois mascarados
Procuram os seus namorados
Perguntando assim:
Quem é você, diga logo
Que eu quero saber o seu jogo
Que eu quero morrer no seu bloco
Que eu quero me arder no seu fogo

Eu sou seresteiro
Poeta e cantor
O meu tempo inteiro
Só zombo do amor
Eu tenho um pandeiro
Só quero violão
Eu nado em dinheiro
Não tenho um tostão
Fui porta-estandarte
Não sei mais dançar
Eu, modéstia à parte
Nasci pra sambar
Eu sou tão menina
Meu tempo passou
Eu sou Colombina
Eu sou Pierrot

Mas é carnaval
Não me diga mais quem é você
Amanhã, tudo volta ao normal
Deixe a festa acabar
Deixe o barco correr
Deixe o dia raiar
Que hoje eu sou
Da maneira que você me quer
O que você pedir
Eu lhe dou
Seja você quem for
Seja o que Deus quiser
Seja você quem for
Seja o que Deus quiser
ELE
ELA

AO PASSO QUE EXISTEM PERGUNTAS MAIS INTENSAS

NA MÚSICA
NA PROFUNDIDADE DA INTERAÇÃO
QUEM É VOCÊ?
Por quê você quer saber? Quem te mandou perguntar isso? Vou chamar a polícia. Ademais, “quem é você? ”, pergunta das minhas intimidades. QUEM sou eu? Como saber? Se há 10 anos frequento psicólogo e nem ele sabe, como é que você quer saber com dois minutos de papo?
ADIVINHE SE GOSTA DE MIM
Tô aqui pra pular, não para ficar de “adivinhas”. Qual é a sua?

Quando as pessoas estão dispostas a brincar e a rir tudo fica na superfície, mas quando os conflitos são trazidos à tona a geo-história é outra. Uma vez tendo feito essa primeira interrogação, ela foi vasculhando outras músicas e vendo as disputas que havia do outro lado da porteira do divertimento, do lado de fora da festa.

Como disse Shakespeare, “tudo está bem quando acaba bem”, porém “acabar” não é dos ciclos que sobem e descem: na Natureza não existe “acabar” para os racionais, pois sempre existe um tempo antes e um tempo depois.

O “acabar” racional é um corte extemporâneo. Na vida, mesmo, as coisas só “acabam bem” se houver um corte impróprio.

Na Vida geral há confusões, há choques, há batalhas.

A tese dela é que quando olhamos as músicas e tudo das tecnartes há “por trás” delas combates não anunciados.

Serra, terça-feira, 03 de julho de 2012.

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